A filha de Alexander Dugin, um ideólogo russo próximo ao Kremlin, morreu no sábado (20) quando o carro que dirigia explodiu perto de Moscou, informou o Comitê de Investigação da Rússia neste domingo (21).
No momento da explosão, Darya Dugina, jornalista e cientista política e defensora da ofensiva russa na Ucrânia, circulava perto da cidade de Bolshie Viaziomy, a cerca de 40 km de Moscou.
Ela estava dirigindo um Toyota Land Cruiser, segundo o comunicado. Autoridades afirmaram que integrantes do serviço de inteligência russo investigam se Ucrania estaria ligada ao ataque.
A detonação deveu-se a um artefato explosivo colocado no veículo, e tudo indica que “o crime foi planejado”, disseram os investigadores.
Assista ao vídeo:
Alexander Dugin, Russian Mastermind behind Russia's annexation of Crimea, AKA "Putin's brains", at the scene where his daughter, Dariya Dugin, was killed when her car exploded. Most likely from an assassination attempt that meant to target Dugin himself. pic.twitter.com/jCnVfJ6jAr
— Sergiy Slipchenko (@SergSlip1) August 20, 2022
A jovem, nascida em 1992, “morreu no local” da explosão, disse o comitê, que está encarregado das investigações criminais na Rússia e abriu uma investigação de “homicídio”.
O alvo do ataque era Alexander Duguin, disseram pessoas próximas à família citadas pelas agências de imprensa russas, já que, segundo explicaram, Darya Dugina pegou o carro do pai na última hora.
Alexander Duguin, intelectual e escritor ultranacionalista de 60 anos, teórico do neo-eurasianismo, aliança entre Europa e Ásia liderada pela Rússia, está sujeito a sanções da União Europeia desde 2014, após a anexação russa da Crimeia.
Dugin, às vezes chamado de “mente de Putin” ou “Rasputin de Putin”, é uma figura que há anos defende a unificação dos territórios de língua russa e apoiou totalmente a operação militar lançada por Moscou na Ucrânia em fevereiro.
Nos últimos anos, a Ucrânia baniu vários de seus livros, notadamente Ucrânia. Minha Guerra. Diário Geopolítico e A Vingança Eurasiana da Rússia.
Por sua vez, Darya Duguina estava em uma lista de cidadãos russos que receberam sanção no Reino Unido desde julho por supostamente espalhar “desinformação sobre a Ucrânia” na internet.
Até agora, ninguém assumiu a autoria do ataque.
O líder da República Popular de Donetsk (DNR), proclamado por separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia, Denis Pushilin, acusou as forças ucranianas do assassinato de Darya Duguina no domingo.
“Terroristas do regime ucraniano tentaram liquidar Alexander Dugin, mas mataram sua filha”, disse Pushilin em sua conta no Telegram.
Da mesma forma, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, María Zajárova, escreveu no Telegram que “se o rastro ucraniano for confirmado (…) e isso deve ser verificado pelas autoridades competentes, estaremos falando de terrorismo de Estado pelo regime de Kiev”.