E a campanha enfim começou. A oficial, é claro. Já faz tempo conforme Bernardo Mello Franco, do O Globo,que os presidenciáveis estão na rua. Faltava o carimbo da Justiça Eleitoral.
Jair Bolsonaro prometeu acabar com a reeleição, mas só pensa nela desde o dia da posse. Lula entrou na disputa assim que saiu da cadeia. Ciro Gomes é candidato profissional. Poderia ter carteira assinada pelo TSE.
A lista de concorrentes traz poucas caras novas. Nenhuma delas parece ser muito viável. Simone Tebet só empolga uma franja da elite. Soraya Thronicke não empolga ninguém. As últimas pesquisas situaram a “terceira via” onde ela sempre esteve: no mundo da ficção eleitoral.
Na corrida dos nanicos, André Janones desistiu antes da largada. Mal aprendeu a fazer o “L” e quer ensinar Lula a fazer campanha. Seu sonho é virar o Duda Mendonça da era digital. No pior cenário, vai aumentar a própria claque no Facebook.
Pablo Marçal começou perdido na trilha. Agora perdeu o partido de aluguel. Não perderá dinheiro se insistir no ofício de coach. É uma das raras atividades que crescem no país, como as de pastor e agiota.
De onde menos se espera, vem a novidade. Aos 82 anos, o eterno presidenciável trocou o nome de guerra. Quer passar a ser chamado de “Constituinte Eymael”. O jingle continua o mesmo, mas agora segue a batida do funk. Ey, ey, ey…
Na eleição para valer, a fé disputa espaço com a política. Candidatos reivindicam o apoio de Deus e tentam ligar os adversários ao demônio. O atual presidente acusa o ex de ter um plano maligno para fechar igrejas. É a volta da mamadeira fálica em versão 2022.
Há quatro anos, o ministro Luiz Fux estava no comando do TSE e prometeu anular os votos de quem espalhasse fake news. Seis meses depois, participou alegremente da diplomação de Bolsonaro.
Antes de assumir a presidência do tribunal, Alexandre de Moraes renovou as juras de combate à desinformação. “Se houver repetição do que foi feito em 2018, o registro será cassado e as pessoas irão para a cadeia”, ameaçou.
Acredite se quiser.