Durante um ato com estudantes na Universidades de São Paulo (USP) na noite desta segunda-feira (15), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se queixou segundo o jornal O Globo sobre as restrições impostas pela legislação eleitoral que o impedem de se apresentar como candidato a presidente da República.
— Estou aqui me sentindo ariado (desorientado). Estamos a 48 dias das eleições mais importantes deste país, é engraçado porque você liga a televisão, liga o rádio e só se fala em eleição. Você lê jornal, só tem coisa de eleição e eu não posso falar de eleição. É o fim da picada. Eu não entendo — afirmou Lula, logo no começo do ato.
Pela legislação eleitoral, os candidatos passam a poder pedir voto a partir desta terça-feira, quando começa oficialmente o período de campanha eleitoral. De acordo com o petista, nem há tempo para gastar o dinheiro do fundo eleitoral.
— Aprovaram uma lei que se criou um fundo partidário, que quando puder usar o dinheiro acabou as eleições.
E completou:
— É tudo muito estranho, porque a lei foi feita para garantir a manutenção de quem já tem mandato. Não foi feita para permitir que outras pessoas entrem.
O vice de Lula, o ex-governador Geraldo Alckmin, não compareceu. Seu colega de partido, o candidato ao Senado Márcio França (PSB) foi brevemente vaiado nas duas vezes em que teve o nome anunciado. O evento contou com a presença de milhares de pessoas que lotaram todo o espaço reservado na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Lula não visitava a USP, de acordo com suas contas, há 24 anos.
Durante o discurso, o candidato do PT também disse que os pobres precisam ter direitos e que os ricos devem sua riqueza ao trabalho dos pobres.
— Não tem ninguém rico que não seja às custas do trabalho dos pobres. (A pessoa fala): eu sou dona da fábrica, seu babaca, quem produziu as peças? Quem se sacrificou?
O petista ainda disse que seu governo não haverá “presidente da Caixa que pratica assédio” em referência às denúncias contra Pedro Guimarães, que comandou a instituição no governo do presidente Jair Bolsonaro.