A última pesquisa Datafolha aponta que eleitores beneficiários do Auxílio Brasil estão mais indecisos em relação ao seu voto para presidente em outubro. Em caminho inverso ao do resto da população, o percentual dos que recebem o valor e disseram que estavam totalmente decididos sobre o seu voto caiu de 75% para 69%, apontou o instituto de pesquisa.
A queda de seis pontos percentuais está além da margem de erro para esse estrato da população, que é de quatro pontos para mais ou para menos. O número reforça a importância desse grupo, que se tornou o foco do pleito após o governo decidir ampliar o benefício a dois meses da eleição, de R$ 400 para R$ 600. Para aprovar o aumento, ilegal em ano eleitoral, o Congresso aprovou um estado de emergência no país. No dia 9 de agosto, o governo deverá fazer o primeiro pagamento com o novo valor. Estrategistas da campanha de Bolsonaro esperam ver números em ascensão nas pesquisas a partir do primeiro pagamento.
Segundo os dados do Datafolha, foi principalmente nesse grupo que se concentraram as principais movimentações em relação ao levantamento anterior do instituto, em junho. Entre os que não recebem o valor mensal pago pelo governo, mais pessoas responderam que estão “totalmente decididas” sobre seu voto, de 69% para 72%.
Em junho, a rejeição de Bolsonaro entre os beneficiários do programa era de 59%, número que caiu para 54% neste mês. Entre os que não recebem o Auxílio Brasil, houve uma oscilação negativa de um ponto percentual, de 54% para 53%, dentro da margem de erro. Em relação a intenções de voto, Bolsonaro também ganhou espaço, indo de 26% a 32% entre aqueles que participam do programa de transferência de renda. Entre os que não recebem, Bolsonaro oscilou apenas um ponto, dentro da margem de erro.
Entretanto, apesar dos sinais positivos para Bolsonaro, o ex-presidente Lula continua sendo o preferido desses eleitores: em um eventual confronto no segundo turno entre o petista e o atual presidente, Lula receberia 63% dos votos dos beneficiários do Auxílio Brasil, contra 32% de Bolsonaro.