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quinta-feira 4 de agosto de 2022 às 06:08h

PSB decide deixar Molon sem recursos para campanha

NOTÍCIAS, POLÍTICA


A executiva nacional do PSB decidiu segundo o jornal O Globo, em reunião nesta última quarta-feira (3), que o deputado Alessandro Molon ficará sem recursos do fundo eleitoral para a sua candidatura ao Senado no Rio caso decida continuar na disputa. Caberá ao ex-governador Márcio França, tesoureiro do partido, comunicar a decisão.

A decisão é uma forma de asfixiar a candidatura e fazer com que Molon desista de concorrer. O comando optou por esse caminho porque a candidatura foi aprovada em convenção e sua retirada pela executiva nacional poderia levar a um contestação judicial. Molon não participou da reunião.

O PT pressiona para que o PSB abra mão da disputa pelo Senado para manter a aliança com Marcelo Freixo, candidato a governador. Os petistas querem que o candidato ao Senado da chapa seja o presidente da Assembleia Legislativa, André Ceciliano

A executiva nacional do PT se reúne nesta quinta-feira para discutir a situação do Rio. O grupo liderado pelo ex-prefeito de Maricá Washigton Quaquá, um dos vice-presidentes da legenda, vai defender o rompimento da aliança com Marcelo Freixo (PSB). O secretário de comunicação, Jilmar Tatto, avalia que deveria ser discutida uma união formal com o candidato do PDT, Rodrigo Neves. O diretório do Rio aprovou na terça-feira o rompimento da aliança com o PSB.

A pressão da cúpula do PSB para a retirada de Molon é resultado de atuação direta do ex-presidente Lula. Em sua passagem por Pernambuco há duas semanas, o candidato do PT a presidente convenceu lideranças do PSB do estado a trabalharem pela saída do deputado da disputa no Rio.

O diretório pernambucano é o mais influente no comando nacional do partido. Com dificuldade nas pesquisas, o candidato do PSB ao governo de Pernambuco, Danilo Cabral, depende do engajamento de Lula em sua campanha para ter chance de manter o domínio do partido no estado, que já dura 16 anos.

A decisão de ontem do PSB pode fazer com que o PT decida adiar para sexta-feira a decisão sobre a manutenção ou não da aliança no Rio.

As correntes de esquerda são favoráveis à manutenção da aliança com Freixo. É aguardado ainda um posicionamento da presidente da legenda, Gleisi Hoffmann, alinhado com o ex-presidente Lula. Esse posicionamento pode influenciar os demais integrantes da cúpula partidária que vão votar na executiva.

Lideranças do partido sugeriram que a aliança com Freixo seja mantida, mas levantaram a hipótese de haver retaliações ao PSB, como o pouco empenho de Lula pela candidatura de Cabral em Pernambuco.

Sem voto na executiva, o candidato do PT a governador de São Paulo, Fernando Haddad, defendeu ontem a manutenção do apoio a Freixo e disse estar preocupado com um eventual racha com o PSB no Rio.

— Vejo com preocupação, porque temos grande condição de ganhar a eleição no Rio de Janeiro. Temos um candidato que, se não é o líder, está próximo do líder, uma figura louvável — afirmou.

O ex-ministro e ex-governador Tarso Genro também se diz favorável a manter aliança com Freixo:

— A eleição do Freixo, além de soldar uma unidade estratégica do campo da esquerda no cenário nacional , será um marco político novo e promissor para restaurar a grandeza e a dignidade política do Rio.

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