Muito embora trate o assunto com bom humor no intuito de negar sua intenção de disputar as eleições presidenciais em 2022, o ex-presidente Michel Temer ainda é considerado no MDB um nome possível para concorrer ao Planalto, registra a coluna de Ricardo Chapola, na Veja. Pessoas próximas ao cacique confidenciaram de acordo com a publicação, que ele está aguardando ser procurado por outras lideranças partidárias, em um eventual apelo para que Temer assuma a vaga de candidato da legenda à Presidência. Atualmente, o posto é ocupado pela senadora Simone Tebet (MDB-MS).
Tebet foi oficializada candidata do MDB à Presidência na quarta-feira, 27, em meio a uma série de questionamentos em torno da viabilidade da candidatura da parlamentar. O nome dela não é unanimidade dentro do MDB. Algumas figuras importantes da sigla, como os ex-presidentes do Senado, Renan Calheiros e Eunício Oliveira, já sinalizaram que vão pular do barco. Eles defendem que o MDB apoie, já no primeiro turno, a candidatura do ex-presidente Lula, do PT.
Na pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira, 28, Tebet apareceu com 2%, um ponto percentual a mais em relação ao último levantamento, um desempenho que tem despertado cada vez mais desconfiança de correligionários simbólicos do MDB, principalmente a poucos dias do início da campanha eleitoral, marcado para 15 de agosto.
Na semana passada, um grupo de ex-ministros do governo Temer articulou um tuitaço para defender a candidatura do ex-presidente neste ano. Além disso, os amigos do emedebista também orquestraram o disparo de diversas mensagens em grupos de WhatsApp de militantes do partido. Temer vem consolidando nos últimos meses a imagem de conciliador, qualidade considerada por estrategistas do MDB como um trunfo diante de uma disputa tão polarizada como sugere a de 2022. Lideram essa mobilização os ex-deputados Carlos Marun (MDB-MS), Eliseu Padilha (MDB-RS) e Antonio Imbassahy (PSDB-BA).