A campanha de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) viu uma boa notícia no levantamento do Datafolha desta última quinta-feira (28): o crescimento das intenções de voto no presidente entre o eleitorado feminino – e a diminuição de sua rejeição entre as mulheres.
De acordo com o novo levantamento, Bolsonaro tem agora 27% das intenções de voto das eleitoras, o que significa um crescimento de seis pontos percentuais em relação ao levantamento anterior. Mesmo assim, a pesquisa indica que, considerando o universo total de eleitores brasileiros, Lula tem chances de liquidar a disputa já no primeiro turno.
Dentro da campanha à reeleição de Bolsonaro, a avaliação é a de que a crescida do presidente entre as mulheres está relacionada ao maior destaque em seus discursos a medidas de impacto social , como a ampliação do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600.
“O presidente ajustou o discurso, está falando mais com as mulheres e crescendo fora da bolha”, avalia um interlocutor de Bolsonaro. Também ajudou a exposição midiática com a participação da primeira dama Michelle Bolsonaro na convenção que confirmou a candidatura do presidente à reeleição, no último domingo.
Em um discurso com forte tom religioso, Michelle destacou no evento legislações sancionadas por Bolsonaro que beneficiaram mulheres, incluindo as do Nordeste, região onde o presidente amarga seus piores índices de aprovação.
As mulheres representam 53% do eleitorado brasileiro. Apesar do crescimento de Bolsonaro, Lula ainda tem uma larga vantagem entre esse eleitorado, liderando com 46% nesse segmento.
O chefe do Executivo sofreu pressão de aliados para escolher uma mulher – a ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina – como companheira de chapa, o que poderia criar um fato novo e chacoalhar a disputa contra Lula (PL) ainda mais.
Agora, segundo o jornal O Globo, a expectativa de bolsonaristas é a de que os efeitos da ampliação do Auxílio Brasil só sejam mais sentidos no final de agosto, coincidindo com o início do horário eleitoral na TV, quando o presidente pretende desenterrar escândalos de corrupção da Lava Jato para abalar a imagem do adversário.
O Datafolha também mostrou que entre os mais pobres, o chefe do Executivo ganhou três pontos percentuais, uma oscilação dentro da margem de erro.