O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, neste sábado (23), durante agenda com evangélicos em Vitória, no Espírito Santo, que, se for reeleito, não indicará nenhum “abortista” ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Na ocasião, Bolsonaro criticava decisão da Corte Constitucional da Colômbia que, em fevereiro deste ano, descriminalizou o aborto nas primeiras 24 semanas de gravidez. Ele dizia que “o aborto vem sendo aprovado no mundo” e citou a Corte brasileira.
“A Suprema Corte brasileira – que vocês conhecem muito bem –, entendo eu que, pelo menos, metade mais um está favorável lá ao aborto, mas acha que não tem clima no momento de tratar esse assunto. E quem, porventura, chegar à Presidência em janeiro do ano que vem colocará em 23 mais dois ministros no Supremo Tribunal Federal. Se for eu, se essa for uma missão repetida de Deus, pode ter certeza: nenhum abortista será colocado dentro do Supremo Tribunal Federal”, disse.
Bolsonaro está na capital capixaba para participar da Marcha para Jesus, movimento que reúne evangélicos e que acontece em várias cidades do país, com presença constante do presidente da República.
O candidato à reeleição tem recorrido à pauta de costumes para se comunicar com o eleitorado evangélico, que vota majoritariamente a favor dele. Em abril, Bolsonaro declarou que caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja eleito para chefe do Executivo federal, o petista indicará ministros “abortistas” para o STF.
Segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada no início de julho, Bolsonaro tem 14 pontos de vantagem sobre o petista entre o eleitorado evangélico. Nesse segmento, o atual presidente tem 45% das intenções de voto, ante 31% de Lula.
Já no eleitorado católico, o petista apresenta vantagem: tem 51% das intenções de voto, contra 27% de Bolsonaro.
Desde o início do mandato, Bolsonaro indicou dois ministros ao Supremo: Kassio Nunes Marques e André Mendonça.