O presidente italiano, Sergio Mattarella, decidiu por dissolver o Parlamento da Itália e convocar novas eleições nesta quinta-feira, 21, após concluir que não há apoio suficiente para formar um novo governo na atual coalizão.
A decisão veio após a renúncia do primeiro-ministro Mario Draghi, que renunciou na madrugada desta quinta-feira (21), diante de um racha na coalizão de governo.
Com a decisão de Mattarella, a Itália terá, então, suas eleições antecipadas. As eleições precisam acontecer dentro de 70 dias, segundo a Constituição. A data oficial ainda será confirmada em uma nova reunião nesta quinta-feira, mas especula-se que o pleito pode ocorrer em setembro.
As eleições italianas estavam originalmente marcadas para junho de 2023, quando Draghi deixaria o cargo.
Com a renúncia do premiê, os parlamentares precisarariam entrar em um acordo para encontrar um novo líder que mativesse a coalizão por mais um ano até as eleições originais. Mas Mattarella afirmou nesta quinta-feira que as dificuldades de Draghi em obter unidade no Parlamento mostraram que não havia “nenhuma possibilidade” de que um governo pudesse ser formado, ainda que se trocasse o líder.
Enquanto as eleições não ocorrem, um gabinete de transição continuará sendo liderado por Draghi, que é ex-presidente do Banco Central Europeu e chegou ao cargo máximo da Itália em 2021.
O sistema político na Itália é parlamentarista, com o presidente chefe de Estado, mas o primeiro-ministro chefe de Governo, tendo de ter uma coalizão que forme maioria no Parlamento.
Como presidente, Sergio Mattarella tem somente a prerrogativa de aceitar renúncia dos premiês e, a partir daí, pedir ao Parlamento que forme uma nova coalizão ou convocar novas eleições.
A opção por eleições antecipadas era vista por boa parte da elite política como problemática para a estabilidade do país, criando turbulências na política e na economia italianas em um momento altamente delicado. No entanto, a continuidade de uma coalizão sem liderança definida e com pouco apoio poderia deixar o governo italiano em um “limbo” até o ano que vem, o que levou Mattarella a optar por convocar eleições.