A campanha eleitoral para a sucessão presidencial começa no Brasil nesta semana, com a formalização da candidatura do ex-governador cearense Ciro Gomes (PDT), em Brasília. Ciro será o primeiro a oficializar sua pretensão, nesta quarta-feira (20), será o primeiro dia aberto para convenções nacionais.
De acordo com César Felício, do Valor, Ciro Gomes tentará a Presidência pela quarta vez. O partido caminha para novamente disputar a sucessão com chapa pura, como já fez em 2018, quando a parceira de Ciro foi a senadora Kátia Abreu (TO), hoje no PP. O fato de ser o primeiro a formalizar a candidatura barra as pressões dentro da sigla para que ele desistisse e deixasse o PDT livre para apoiar a nova candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Lula oficializa a sua sexta candidatura presidencial no dia seguinte à de Ciro. O PT e seus aliados irão homologar a chapa com o ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSB) na vice quinta-feira, 21 de julho, em São Paulo. Lula ainda conta com os apoios do PCdoB, Psol, Rede, PV e Solidariedade. A convenção não deverá contar com a presença do candidato, que marcou compromissos em Pernambuco nos dias 20 e 21.
Um “outsider” na corrida eleitoral, o deputado federal André Janones (Avante-MG) irá formalizar a sua candidatura presidencial no sábado, 23, em Belo Horizonte.
O presidente Jair Bolsonaro irá se tornar oficialmente candidato à reeleição no domingo, dia 24, na convenção nacional do PL no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. Bolsonaro ainda deve contar com os apoios do Republicanos, PP, PTB e PSC. Também irá de chapa pura e seu vice deverá ser o general Walter Braga Netto, que recentemente se filiou ao PL.
A senadora Simone Tebet (MDB) deve formalizar a sua candidatura presidencial de forma virtual. O ato deve ocorrer no dia 27 e ela espera receber o apoio da federação formada por PSDB e Cidadania, a quem deverá caber a indicação do nome a vice, provavelmente o do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Apesar de uma dissidência emedebista que deve declarar apoio a Lula hoje em São Paulo, composta por dez diretórios da sigla, espera-se na cúpula da sigla uma homologação tranquila do nome da senadora. O MDB ainda tenta conseguir o apoio do Podemos, mas há resistências nesta sigla.
No dia 30 deverá ser a vez do cientista político Luiz Felipe d’Avila ser formalizado pelo Novo, provavelmente tendo o deputado Tiago Mitraud (MG) como vice. O ato será em São Paulo.
O deputado federal Luciano Bivar deverá formalizar sua candidatura presidencial no último dia de prazo, pelo União Brasil. Bivar tem apostado nas alianças regionais de seu partido e nas candidaturas a governador para ir além do 1% nas pesquisas que ostenta hoje. Ele deve disputar com chapa pura e já sinalizou que deverá ter uma mulher como candidata a vice. A mais cotada é a senadora Soraya Thronicke (MS).
Ainda devem formalizar suas candidaturas Pablo Marçal, pelo Pros, Vera Lúcia, pelo PSTU, Leonardo Péricles, pelo UP, Sofia Manzano, pelo PCB e José Maria Eymael pelo Democracia Cristã. Ao todo, portanto, a disputa deve contar com 12 postulantes, um a menos do que os 13 que se apresentaram para concorrer em 2018 e um a mais do que os 11 que participaram da eleição presidencial de 2014.
A eleição com maior número de candidatos foi a de 1989, que contou com 22 chapas presidenciais. A com menor número, em tempos democráticos, foi a de 1960, com somente três postulantes.