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sábado 16 de julho de 2022 às 07:04h

Nome social no título de eleitor cresce 400% em quatro anos; maioria dos eleitores trans têm menos de 25 anos

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O número de pessoas que solicitaram a inclusão de nome social no título de eleitor cresceu quatro vezes desde 2018, quando foi permitido pela primeira vez esse registro. A quantidade passou de 7,9 mil, em 2018, para 37,6 mil neste ano.

A divisão desse segmento, conforme Marina Pinhoni e Victor Farias, do g1, não é homogênea ao longo do eleitorado: 58% desse público tem de 16 a 24 anos. Se acrescentarmos os eleitores com até 29 anos, o percentual chega a 71,5%.

Taylor Correa, de 24 anos, é um desses jovens trans que começaram a exercer, quase simultaneamente, o direito de votar e o de usar o nome social.

Em 2020, Taylor participou da eleição como mesário em Uberlândia (MG). Embora tenha perdido o prazo naquele ano para fazer a mudança do título de eleitor, o seu crachá de mesário já foi emitido com o nome social.

“Eu ainda não havia começado o tratamento hormonal, e pretendia fazer a retificação de todos os documentos de uma vez. Mas eles me chamaram para ser mesário já depois do período de mudança do título. Entrei em desespero pensando que trabalharia o dia inteiro com um crachá pendurado com meu nome de registro, e mandei um e-mail explicando a situação”, conta Taylor.

Direito a votar com o nome social

Pessoas transgênero e travestis passaram a ter direito à inclusão do nome social no título de eleitor após uma portaria do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de 2018.

A medida considerou a autodeclaração suficiente para a emissão do documento, não sendo preciso apresentar outro documento oficial com o nome retificado e nem comprovar a realização de cirurgia de adequação de gênero, por exemplo.

Participação política dos jovens

Keila Simpson considera que a campanha de incentivo ao voto dos jovens, que ocorreu nas redes sociais com a participação de artistas, contribuiu também para o fato de serem as pessoas com menos de 24 anos as que mais buscaram o nome social no título.

“As redes sociais ajudaram bastante, mas é tudo um processo fruto da luta de muitos anos. Quando houve essa grande campanha para que os jovens tirassem o título, muitos jovens trans também fizeram já com o nome social. É para eles que a gente está chamando a responsabilidade nessas eleições, para garantir o Brasil futuro”, diz a presidente da Antra.

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