Os manifestantes contrários ao governo do Sri Lanka anunciaram nesta quinta-feira o fim da ocupação dos edifícios públicos que durava mais de cinco dias, mas prometeram seguir pressionando para que o presidente do país, que fugiu na quarta-feira (13), renuncie diante da grave crise econômica e política.
“Saímos pacificamente do palácio presidencial, da secretaria da Presidência e do gabinete do primeiro-ministro, mas continuaremos com nossa luta”, disse um porta-voz dos manifestantes.
Uma multidão invadiu o palácio e a sede da Presidência no sábado, além de incendiar a casa do primeiro-ministro, Ranil Wickremesinghe. Na quarta-feira, o gabinete do premier foi ocupado.
Nesta quinta-feira, o presidente, Gotabaya Rajapaksa, deixou as Maldivas, seu primeiro destino, e foi para Cingapura. De acordo com fontes das forças de segurança, o presidente permanecerá em Cingapura por algum tempo, antes de seguir para os Emirados Árabes Unidos. O governo local esclareceu que a viagem de Rajapaksa é privada que ele não pediu asilo.
Outras fontes afirmam que uma carta de renúncia já foi preparada e será divulgada após a autorização de Rajapaksa. Como chefe de Estado, ele goza de imunidade e não pode ser preso. Especula-se que sua fuga para o exterior, acompanhado pela mulher e por dois guarda-costas, tenha o objetivo de evitar uma detenção.
A população de quase 22 milhões de habitantes da ilha enfrenta escassez de produtos essenciais devido à falta de divisas para as importações. Os manifestantes atribuem a crise à péssima gestão de Rajapaksa.