A prisão em flagrante do médico anestesista Giovanni Quintella, que foi filmado enquanto estuprava uma paciente durante o parto, na madrugada desta segunda-feira (11), no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, no Rio de Janeiro, desencadeou conforme Gabriel Mansur, do Pleno News, uma série de denúncias de outras supostas vítimas do criminoso.
Após o caso vir à tona, a vendedora Thamires Souza Reis da Silva Ribeiro, de 23 anos, afirmou que também foi paciente de Quintella. Grávida de gêmeos, ela deu à luz a um dos filhos, Daniel, em 5 de julho, de parto normal. No dia seguinte, porém, ela precisou fazer uma cesariana para o nascimento de Davi, que morreu no dia seguinte, ou seja, 7 de julho. Thamires alega que foi tão dopada para o procedimento que sequer conseguiu assistir ao parto e muito menos conhecer o bebê.
– Eu estava grávida de gêmeos. Entrei em trabalho de parto por volta das 17h. Lá eles me disseram que eu estava em trabalho de parto e não iria mais embora. Como os bebês eram prematuros, me deram um remédio. Às 23h, o médico viu que o bebê estava coroando. O meu primeiro filho nasceu normal e foi bem tranquilo. Quando era para o segundo bebê nascer, eles disseram que não tinha condições de ele nascer de parto normal e teria que ser cesárea. Eles disseram que a gente corria risco de vida – ressaltou.
A jovem, que ficou sob os cuidados de Giovanni durante a cesariana, registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de São João de Meriti contra o médico nesta segunda (11). A família afirma que Thamires saiu da sala de parto com o rosto branco. Segundo eles, tratava-se de sêmen que poderia ser de Giovanni.
– Fui levada para uma outra sala, e os funcionários ficaram desesperados. Pelo tempo de demora, eles ligaram para o anestesia, esse monstro, para que ele viesse me dar a anestesia. Isso já era mais de 1h do dia 6. Eu fiquei sentido dor e eles disseram que o bebê não nasceria. Ele veio, me deu uma RAC na coluna e um remédio no braço. Em seguida, comecei a sentir muito sono. Ele sempre atrás da minha cabeça, com o pano, e eles tentando achar a criança. Ninguém achava a criança. Eles me cortaram de todas as formas – contou Thamires, que resolveu quebrar o silêncio para incentivar outras supostas vítimas a virem a público denunciar o médico.
A vendedora relatou ainda que, no dia, chegou a perguntar a Giovanni se o sono que estava sentindo era normal.
– Infelizmente, eu vi meu filho sair da barriga e não cheguei a pegá-lo no colo. Eu não pude pegar meu filho no colo antes de ele falecer. Só acordei horas depois sem saber o que tinha acontecido. Não tive o privilégio de pegar o meu bebê antes de ele falecer. Eu não sei o rosto do meu filho. Só conheço o meu filho por foto. Eu estava dopada por esse monstro – completou.
Rosto sujo de provavelmente sêmen
Foi a mãe de Thamires, a cabeleireira Rozangela Souza Reis, de 45 anos, que percebeu algo estranho no rosto da vendedora. Ela chegou a pedir que a irmã da jovem passasse um lenço umedecido para limpar a sujeira. Depois de ver a prisão de Giovanni, Rozangela diz que a filha também foi vítima.
– A minha filha estava tão dopada que, no dia seguinte, não podia comer. Esse cara disse que era tudo normal. Ele é um criminoso – disse Rozangela.
Marido foi convidado a se retirar
O empreiteiro Wagner Pena Sarmento, de 39 anos, conta que chegou a assistir ao parto do primeiro filho. Mas teria sido impedido por Giovanni de participar da cesariana do segundo bebê. Ele ressalta que deixou a sala de parto por achar que seria um procedimento normal.
– Teve o parto normal do Daniel. O médico disse que o segundo seria cesariana. Eu fui para uma sala colocar uma roupa. Entrei na metade da cesariana. Fiquei apenas dois minutos. O anestesista me mandou sair. Ele não alegou nada. Só consegui ver meu filho na sala de incubadora. Não sabia o que estava acontecendo. Não briguei, porque achei que era um procedimento normal – contou.