Embaixadores dos 30 países-membros da aliança assinam em Bruxelas os protocolos de associação das nações nórdicas. Aprovação de parlamentos nacionais deve levar de seis a oito meses.
Embaixadores dos 30 países-membros da Otan assinaram nesta terça-feira (5) em Bruxelas os protocolos de adesão de Finlândia e Suécia, num importante passo para as duas nações nórdicas se unirem à aliança militar ocidental.
“Este é um bom dia para a Finlândia e a Suécia e um bom dia para a Otan”, disse o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, pouco antes da cerimônia de assinatura, durante uma entrevista coletiva junto com os ministros do Exterior de ambos os países. “Com 32 nações ao redor da mesa, seremos ainda mais fortes, e nosso povo estará ainda mais seguro ao enfrentarmos a maior crise de segurança em décadas.”
A assinatura dos protocolos de adesão abre um período de meses para que os membros da aliança ratifiquem as adesões, num processo que normalmente envolve os parlamentos nacionais. Segundo estimativas, ainda devem ser necessários entre seis a oito meses até que a Finlândia e a Suécia realmente possam aderir à aliança.
“Estamos gratos”
“Estamos tremendamente gratos por todo o forte apoio que nossa adesão recebeu dos aliados”, disse a ministra sueca do Exterior, Ann Linde. “Estamos convencidos de que nossa adesão fortalecerá a Otan e aumentará a estabilidade na área euro-atlântica.”
Após a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro, a Suécia e a Finlândia solicitaram oficialmente em 18 de maio a associação à Otan, abandonando décadas de não alinhamento.
A cúpula da Otan realizada em Madri no fim de junho endossou essa medida ao emitir convites oficiais para os dois países, depois que a Turquia obteve concessões sobre as preocupações que havia levantado e uma promessa dos EUA de receber novos aviões de guerra.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acusou Estocolmo e Helsinque de serem refúgios para militantes curdos que ele acusa de promover terrorismo. Ele também exigiu que os dois países suspendam os embargos de armas impostos como reação à incursão militar da Turquia na Síria em 2019.
Contudo Erdogan manteve o resto da Otan em suspense ao dizer que ainda pode bloquear as adesões da Suécia e da Finlândia se os dois países não cumprirem suas promessas, algumas das quais não foram reveladas, incluindo possíveis acordos de extradição.