Depois de passar meses em rota de colisão com Paulo Guedes, a campanha de Bolsonaro entrou em fase de lua de mel conforme a colunista Bela Megale, do O Globo, com o ministro da Economia. Apontado há poucas semanas como o “grande culpado” pelo desempenho frustrante do presidente nas pesquisas por resistir a medidas como a oferta de subsídios aos combustíveis, Guedes passou a ser apontado como “parte do time” e alguém que “finalmente entrou na campanha”.
A avaliação de acordo com a coluna, é que, antes, o ministro se preocupava em fazer sinais apenas para o mercado, mas agora teria passado a ver a importância da microeconomia e a trabalhar por medidas para alavancar Bolsonaro. Além de chancelar o pacote de bondades aprovado nesta última quinta-feira (30) pelo Senado, que aumenta o Auxílio Brasil e concede outros benefícios, Guedes entrou em cena para estancar a crise causada pelas denúncias de assédio sexual por parte do então presidente da Caixa, Pedro Guimarães.
O ministro foi um dos articulares da escolha de Daniella Marques para substituir Guimarães. Ela é seu braço direito desde os tempos em que atuava no mercado financeiro. Na manhã de quarta-feira, antes de Guimarães pedir demissão, o ministro já falava parra colegas da Esplanada que cuidaria da crise e faria “do limão uma limonada”.
O ministro passou a ter conversas mais frequentes com integrantes da campanha, como o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e Fábio Wajngarten, ex-secretário de comunicação da Presidência que tem atuado na linha de frente de comunicação.
A mudança de Guedes não foi espontânea. O ministro vinha sendo cobrado há tempos pela ala política a ajudar em medidas para melhorar o cenário econômico. Apesar do clima amistoso, a campanha de Bolsonaro ainda não está 100% alinhada com Guedes. Nessa quinta-feira, durante a votação do pacote de bondades, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) deixou claro que o Ministério da Economia foi contra a criação de outro benefício (um vale para taxistas) e disse que isso só entrou por conta da atuação do seu pai.
— O presidente Bolsonaro teve que entrar no circuito por causa de uma certa resistência no Ministério da Economia — disse Flávio.