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O atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), e Walter Braga Netto (PL), devem formar uma 'chapa pura' na disputa das eleições presidenciais em outubro de 2022 Foto: Adriano Machado/Reuters
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segunda-feira 27 de junho de 2022 às 16:07h

Quem é Braga Netto, escolhido por Bolsonaro como vice nas eleições 2022

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou no último domingo (26) que vai anunciar o ex-ministro da Defesa Walter Souza Braga Netto como seu vice na disputa das eleições presidenciais de outubro. A escolha de quem iria compor a chapa ao lado de Bolsonaro estava dividida entre Braga Netto e a ex-ministra da agricultura Tereza Cristina (Progressistas), nome favorito do Centrão.

“Vocês querem exclusividade ou não? Pretendo anunciar nos próximos dias o general Braga Netto como vice”, disse ele em entrevista ao programa 4 por 4.

Braga Netto, por ser militar e fiel ao projeto bolsonarista, é o favorito do presidente para participar da disputa. Além disso, para Bolsonaro, a escolha do militar é uma espécie de “seguro” para impedir um eventual impeachment, caso seja reeleito.

O general, considerado por aliados um “cumpridor de ordens”, foi ministro da Casa Civil em 2020 e ministro da Defesa em 2021. Ele também comandou a intervenção federal no Rio de Janeiro em 2018. Filiou-se ao partido de Bolsonaro, o PL, em um ato privado, fechado ao público, no dia 28 de março.

Nascido em Belo Horizonte, Braga Netto, 65 anos, entrou no Exército em 1974. Recebeu os títulos de Mestre em Operações Militares da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, em 1988, e de Doutor em Aplicações, Planejamento e Estudos Militares do Curso de Altos Estudos da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, em 1994.

Durante sua carreira, foi chefe do Grupo de Observadores Militares das Nações Unidas no Timor Leste, e adido do Exército na Polônia, no Canadá e nos Estados Unidos. Também foi coordenador de defesa de área dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio-2016.

Ao longo de sua passagem pelo governo, é lembrado por ameaças às eleições presidenciais, declarações polêmicas de exaltação da ditadura e embates durante a CPI da Covid.

Ameaça às Eleições

Em julho de 2021, Braga Netto, então ministro da Defesa, condicionou a realização das eleições de 2022 ao voto impresso. O recado, repassado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), foi revelado pelo Estadão.

No mesmo dia, Bolsonaro repetiu publicamente a ameaça: “Ou fazemos eleições limpas no Brasil ou não temos eleições”, afirmou o presidente a apoiadores, na entrada do Palácio da Alvorada.

No dia 29 de setembro de 2021, o procurador-geral da República, Augusto Aras, abriu apuração preliminar contra Braga Netto pelas ameaças às eleições. A proposta pela adoção do voto impresso foi derrubada pelo Congresso.

Ditadura Militar
Enquanto chefe do Ministério da Defesa, Walter Souza Braga Netto publicou uma ordem do dia celebrando o golpe de Estado de 31 de março de 1964, que culminou na ditadura militar. Segundo ele, o golpe foi um “marco histórico da evolução política brasileira” e agiu para “restabelecer a ordem e para impedir que um regime totalitário fosse implantado no Brasil”, sem, no entanto, existirem evidências históricas que confirmem as afirmações.

Omissão durante pandemia

O Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou a abertura de um processo, em abril de 2021, para investigar a conduta do general Braga Netto, durante o período que comandou a Casa Civil e coordenou o Comitê de Crise do Governo no combate à Covid-19.

O TCU apontou “graves omissões”, entre elas “não ter contribuído da forma que seria esperada para a preservação de vidas”, aponta o documento acessado pelo Estadão.

Entre as atribuições de Braga Netto, estavam articular e monitorar ações governamentais, bem como assessorar o presidente na pandemia. É exatamente no desempenho dessas atribuições que os auditores identificaram falhas.

A área técnica entendeu que o comitê de crise omitiu-se diante de temas cruciais, como no monitoramento do consumo de oxigênio, emissão de diagnóstico sobre a segunda onda de contaminação e em projeções sobre a disponibilidade de leitos para pacientes com a covid-19.

Reação após falas de Omar Aziz

O ministério da Defesa acusou o senador Omar Aziz, à época presidente da CPI da Covid e que criticou o “lado podre” das Forças Armadas por envolvimento em “falcatrua” no governo de Jair Bolsonaro, de desrespeitar as Forças Armadas e generalizar esquemas de corrupção.

“As Forças Armadas não aceitarão qualquer ataque leviano às Instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro”, disse a instituição, em nota.

As investigações da CPI levantaram suspeitas de envolvimento de uma série de oficiais, da ativa e da reserva, em irregularidades durante a pandemia do novo coronavírus. Parte deles foi levada para o Ministério da Saúde durante a gestão do general de Divisão Eduardo Pazuello, ex-ministro alvo da CPI, enquanto outros estariam ligados a tentativas de venda de vacinas ao governo.

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