O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, defendeu nesta terça-feira (21) conforme André Ramalho do portal Epbr, que é “razoável” que a Petrobras faça o seu “sacrifício” em relação aos preços dos combustíveis, neste momento. Ele afirmou, no entanto, que o novo conselho de administração da estatal, indicado pelo governo, irá “seguir a lei” e que não será o “presidente, um ministro ou um burocrata em Brasília que vai decidir sobre o preço” da companhia.
“Os estados estão fazendo sacrifícios, o Congresso Nacional e o governo federal estão fazendo sacrifícios. Ora, é natural que a Petrobras também o faça. Mas essa decisão não é minha. É do presidente da Petrobras, do conselho de administração e seus diretores”, afirmou o ministro, em audiência na Câmara dos Deputados, sobre os preços dos combustíveis, subsídios, privatização da Petrobras e outros assuntos.
Sachsida citou o caso da saída da BP e da Shell da Rússia para argumentar que, mesmo empresas de capital aberto, com acionistas minoritários, podem assumir responsabilidades sociais em prol da valorização da marca.
“A Petrobras é uma marca nacional e tem que ser valorizada… Parte expressiva do patrimônio [das empresas listadas em bolsa] é intangível, é a marca. É por isso que a BP e a Shell saíram da Rússia”, disse. “Eles [minoritários] estão felizes com o prejuízo que estão tomando por abandonar a Rússia? Acho que sim, porque a empresa com poder de mercado tem que preservar marca. Não é só uma questão de lucrar o máximo no curto prazo e destruir a marca da companhia no longo prazo”, completou.
Segundo ele, Caio Paes de Andrade foi indicado à presidência da Petrobras com a missão de valorizar a marca da Petrobras e prepará-la para um ambiente de mais competição.
Os ministros da Economia, Paulo Guedes, e de Minas e Energia, Adolfo Sachsida incluíram a Petrobras no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), em maio, para início dos estudos de privatização das “empresas e dos ativos sob a sua gestão”.
Uma das ideias sob a mesa é converter as ações preferenciais da petroleira em ordinárias — o que faria a União perder o controle sobre a empresa automaticamente.
“Chegou o momento de decisão: ela é estatal ou privada. Não dá para, quando interessa ser estatal e quando interessa ser privada”, afirmou.