A segunda etapa da eleição do Conselho Superior do MPF na quinta-feira (9) mostrou segundo o colunista Lauro Jardim, do O Globo, que Augusto Aras ainda possui certa simpatia entre alguns de seus pares. O colégio de subprocuradores escolheu Alcides Martins e Elizeta Maria de Paiva, ambos ligados ao PGR, para compor o órgão máximo de deliberação da instituição.
Na semana passada, Mario Bonsaglia e Luiza Frischeisen já haviam sido eleitos conselheiros durante o biênio 2022-2024. A dupla, que integrou a lista tríplice ignorada por Jair Bolsonaro na escolha do PGR, é de vertente contrária a Aras. No entanto, as vagas já eram ocupadas por opositores do chefe do MPF – o próprio Bonsaglia e Nicolao Dino. Na ocasião, todos os procuradores em atividade estavam aptos a votar.
Na eleição de ontem, que contou com a participação apenas dos subprocuradores, Elizeta recebeu 47 votos, enquanto Martins obteve 39. Eles superaram José Bonifácio de Andrada (29) e Luciano Maia (20), os nomes da oposição.
Próximo a Aras, Alcides foi nomeado por ele como diretor da Escola Superior do MPU. Elizeta também mantém boa relação com o PGR, embora tenha demonstrado, quando era corregedora-geral do MPF, uma postura independente em certas ocasiões.
Em agosto, encerram-se os atuais mandatos de Bonsaglia, Dino, Andrada e Maria Caetana Santos. Com a renovação parcial das cadeiras no conselho, Aras passa a contar com a maioria do colegiado. O órgão é responsável por fiscalizar a atuação do MP e zelar pelos princípios da instituição.