Datafolha também divulgou que 20% dos eleitores de Jair Bolsonaro optam por Lula caso não votem no atual presidente na eleição de outubro. Já 17% dos eleitores do ex-presidente escolhem Bolsonaro como segundo voto.
Segundo artigo de Leonardo Sakamoto, colunista do UOL, parte da explicação para isso é que existe um eleitor atraído tanto pela segurança material do legado de Lula quanto pelo discurso comportamental e de costumes de Bolsonaro.
Ou seja, há um público que votará em Lula ou em Bolsonaro, mas não os veem como candidatos perfeitos. O ideal seria alguém que compartilhasse o “cuidado com os pobres” de Lula com a defesa de determinados “valores da família”, repetidos à exaustão por Bolsonaro.
Para 66% dos eleitores de Lula e 59% de Bolsonaro, eles são os candidatos ideais. Mas para 33% e 40%, respectivamente, eles não são ideais, são a melhor opção disponível, segundo o Datafolha.
Por mais que ambos candidatos estejam, com altos índices de voto consolidado, há uma parcela flutuante que ainda está em disputa. Da mesma forma, há uma uma parcela com comportamento semelhante que se encontra indecisa ou está optando, neste momento, por outros candidatos. E pode mudar de ideia.
Caso a situação da economia não melhore significativamente e Lula não entre em embates em pautas morais, simbólicas e de costumes, tudo fica como está, o que significará a vitória do petista.
Mas se a economia melhorar para trazer mais comida, e Bolsonaro vai conseguir fisgar os votos que precisa, e a situação vai se inverter e o presidente se reeleger.
Tudo depende de ambos os campos não enxergarem os mais pobres, e suas subdivisões de idade, religião e região de moradia, como um bloco monolítico, mas tratarem de suas peculiaridade e complexidades.