A presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, vereadora Ireuda Silva (Republicanos), vê com preocupação os dados de que houve uma expressiva redução da participação de mulheres com filhos no mercado de trabalho. Para a republicana, isso demonstra o quanto as atividades domésticas ainda são vistas como atividades femininas.
De acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), havia uma diferença de 31% entre pais e mães na força de trabalho, antes da pandemia. Depois, a diferença passou para 34% e ainda não voltou ao patamar observado em 2019. “Não é a primeira vez que falamos sobre esse tema e o quanto ele é preocupante. Ao longo da história, as atividades domésticas sempre foram atribuídas às mulheres, que raramente tinham a ajuda dos esposos. Embora tal concepção venha mudando, a segregação ainda persiste. Prova disso é que basta um momento de crise para haver um pequeno retrocesso”, aponta a vereadora.
Ireuda diz ainda que esse quadro gera um círculo vicioso em que a mulher é a primeira a sair prejudicada. “Pressionada socialmente a assumir as rédeas no cuidado do lar, a mulher acaba buscando menos oportunidades de emprego e investindo menos em si mesmas. Então, quando precisam trabalhar fora, acabam sendo preteridas por terem menos qualificação e experiência”, avalia, acrescentando que o Estado precisa ter visão estratégica e o compromisso social para ajudar a corrigir as desigualdades.
“O Estado brasileiro precisa garantir mais creches e escolas em período integral para possibilitar que as mães trabalhem fora, invistam em suas carreiras profissionais e se empoderem. Quanto mais mulheres no mercado de trabalho, melhor para a economia, pois haverá um número muito maior de pessoas consumindo produtos e serviços. Todo mundo sairá ganhando”, pontuou.