Quarenta e quatro alunos do Colégio Estadual Rita de Cássia, localizado em Águas Claras, trocaram a sala de aula convencional pelas instalações da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) nesta quarta-feira (19). Por iniciativa do deputado Robinson Almeida Lula (PT) e apoio técnico da Escola do Legislativo, os estudantes, de faixa etária entre 15 e 18 anos, tiveram o dia de aprendizado multidisciplinar, através do qual puderam conhecer o funcionamento do parlamento estadual.
Segundo o deputado anfitrião, o objetivo do convite ao Colégio foi aproximar a sociedade civil do Poder Legislativo, e fazer com que as crianças e adolescentes possam viver e sentir o poder que representa todos os baianos.
“Essa interação é fundamental, até para desmistificar a atividade política como distante das pessoas. Essa Casa tem que estar sempre aberta a esta participação e produção de conhecimento, principalmente de jovens e adolescentes”, afirmou Robinson Almeida.
Os jovens foram recepcionados na rampa, conheceram o Plenarinho, onde assistiram palestras acerca das funções do Poder Legislativo e da arquitetura da Casa. Em seguida, visitaram o Plenário Orlando Spínola, local das votações e puderam contemplar o mural de Caribé e o painel de Carlos Bastos. Conheceram também as comissões temáticas e participaram de um debate sobre o tema “O Brasil que temos e o Brasil que queremos”, oportunidade em que expressaram o descontentamento com o cenário atual.
Exposição
Durante toda a semana, o Saguão Josafá Marinho, porta de entrada da ALBA, foi palco da Exposição “O Brasil que temos e o Brasil que queremos”, resultado de uma produção artística dos alunos do Colégio Estadual Rita de Cássia. Nesta quarta, os próprios jovens artistas tiveram a satisfação de contemplar a sua arte. Estudante do 2º ano do ensino médio, Carlos Eduardo dos Santos, de 17 anos, ressaltou ter ficado feliz com o resultado do trabalho.
“Nós, alunos, temos o nosso momento de falar, mas nem toda liberdade de falar o que pensamos. Através da atividade pudemos expor os nossos pensamentos sobre como achamos que o Brasil está. Pude me manifestar acerca da violência, do desmatamento, da poluição dos oceanos. O próprio ser humano está acabando com tudo. Participar do projeto foi uma ótima oportunidade para chamar a atenção das pessoas para que reflitam e busquem melhorar”, destacou.
As telas expostas na ALBA foram pintadas meses atrás na escola, por meio do projeto Teatro do Oprimido, coordenado pelo artista Licko Turle. Temas da atualidade foram debatidos e os conhecimentos extraídos das atividades serviram de inspiração para a construção de uma peça de teatro e para a pintura das telas. O desafio inicial proposto aos alunos foi o de pintar a bandeira do Brasil, e em seguida, de maneira livre, expressar o ponto de vista sobre os problemas atuais do país.
Para Maria Clara Alves, de 15 anos, a atividade representou o momento de questionar os acontecimentos recentes. “Comecei a pensar sobre tudo o que está acontecendo de errado. Muita gente morrendo, as pessoas passando fome, a sensação de insegurança. Isso tudo precisa mudar”, enfatizou.
Segundo pontuou a diretora da instituição de ensino, Mirian Machado, o projeto trouxe muita reflexão para os alunos e contribuiu para a construção de conhecimento. Além disso, segundo a gestora, motivou o convite do deputado Robinson Almeida, o que abriu portas para o colégio, localizado em uma região da capital baiana alvo de notícias ruins.
“Quando falam do bairro de Águas Claras, geralmente é coisa ruim. Mas existe muita coisa boa no bairro. Temos crianças talentosas, que querem a mudança da realidade em sua comunidade. Sou extremamente grata ao deputado pelo convite. Adoramos a oportunidade de proporcionar um dia diferente de aula. A abertura deste espaço foi importante para sabermos que a Assembleia não é só política. A Assembleia também é vida”, afirmou.