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quinta-feira 12 de maio de 2022 às 07:46h

Empresário foragido Rogério Andrade usava rede de proteção de policiais, diz MP

JUSTIÇA, NOTÍCIAS


Onze policiais civis e militares são citados nas investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) por suspeita de envolvimento com o grupo chefiado pelo bicheiro Rogério Andrade, e por seu filho Gustavo de Andrade Silva, o Príncipe Regente ou Zero Dois. De acordo com o MPRJ, a dupla controla uma quadrilha que explora jogos de azar no Rio de Janeiro e em outros estados.

No grupo, estão dois delegados e dois inspetores da Polícia Civil, um major, dois capitães e quatro praças da Polícia Militar. Segundo denúncia dos promotores do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), parte dos investigados é suspeita de integrar uma rede de proteção nutrida pelo recebimento e oferecimento de propinas.

Já o restante dos suspeitos trabalharia como braço armado na segurança da quadrilha e também prestando serviços na expansão dos negócios ilícitos de Rogério Andrade.

Grupo do contraventor

É o caso, por exemplo, do sargento da PM Márcio Araújo de Souza e do PM Daniel Rodrigues Pinheiro, ambos denunciados pelos promotores. Segundo a denúncia, Márcio seria chefe da segurança do grupo criminoso e gestor do aparato bélico e humano do grupo. Ele também é suspeito de ser o responsável por dar proteção aos pontos de jogos administrados pela quadrilha e por negociar propinas.

Uma das negociações irregulares conduzidas pelo sargento foi flagrada pelo MPRJ numa troca de mensagens. O conteúdo foi acessado com quebra de sigilo telemático autorizada pela Justiça. Em um áudio, Araújo diz a um major que Rogério Andrade pediu para comunicar um corte temporário de 50% nas verbas repassadas para os policiais do grupo do oficial.

Ele acrescenta que a diminuição da propina também atingiria policiais civis que recebiam o mesmo repasse para beneficiar a atuação da quadrilha. “Não é só aqui não, entendeu? Pessoal que joga lá no Botafogo (referência usada pelo sargento para apelidar os policiais civis) também, no campo do Botafogo também. Geral. Geral. O senhor pode até fazer uma pesquisa aí. Eu creio que é só esse mês aí, entendeu?”, diz o sargento num trecho do áudio.

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