A nova alta no preço do diesel nas refinarias começa a valer nesta terça-feira (10), mas já aborrece os caminhoneiros, registra Larissa Quintino, na coluna Economia, da Veja. Com o aumento de 9% anunciado pela Petrobras nesta segunda-feira (9) os caminhoneiros já projetam altas em efeito cascata nos preços. Segundo Wallace Landim, o Chorão, líder da greve dos caminhoneiros de 2018 e presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), o aumento nos combustíveis dos caminhões terá ‘efeito dominó’ sobre a inflação, já bastante pressionada. “Os caminhoneiros não sobrevivem mais se não repassarem os aumentos dos combustíveis para os fretes. Como liderança, essa é a nossa orientação para a categoria”, diz em nota publicada no início da tarde.
Segundo Chorão, a categoria recebe o reajuste como “indignação” e volta a questionar a política de preços da Petrobras, que leva em conta os preços do barril do petróleo no mercado internacional e do dólar e, com o custo para o caminhão rodar subindo, os preços também devem subir nos supermercados. “Mudou o preço na bomba a dona de casa já sente o aumento no dia seguinte na feira livre. Não é culpa do feirante ou do caminhoneiro, e sim do PPI da Petrobras”.
Essa é a terceira vez no ano que a Petrobras aumenta o valor do diesel. Na última alta, em março, a estatal também reajustou os preços da gasolina. O aumento na ocasião fez com que o presidente Jair Bolsonaro demitisse o general Joaquim Silva e Luna do comando da companhia. Essa é a primeira alta no combustível da nova gestão da estatal, comandada por José Mauro Coelho, ex-secretário do Ministério de Minas e Energia. Com a alta anunciada, o litro do diesel nas refinarias vai passar de 4,51 reais para 4,91 reais.