Pretas Por Salvador debatem licença maternidade em sessão especial na CMS

O mandato coletivo Pretas Por Salvador (PSOL) presidiu uma sessão especial com o tema “Licença Maternidade – Um direito para todas as mulheres”, na manhã desta quinta-feira (5). O evento aconteceu em formato on-line através da plataforma Zoom, e foi transmitido pela TV e Rádio CAM, e está disponível pelo Facebook e no Youtube das Pretas Por Salvador.

A atividade abordou as inúmeras dificuldades que as mulheres têm na busca por seus direitos e promoveu debates importantes sobre a licença maternidade no cenário atual, a partir dos relatos de mães e especialistas que ocupam espaços no mercado de trabalho ou poder público.

A sessão, que aconteceu na semana que antecede o Dia das Mães, data simbólica, mas que evidencia uma realidade repleta de desafios. Também na condição de mãe de uma criança de nove anos, a vereadora das Pretas, Laina Crisóstomo, ressaltou os enfrentamentos diários dentro e fora do âmbito institucional.

“Como é que a gente dialoga com esse novo cenário que temos vivenciado de um governo não nos permite o direito ao aborto e à maternidade. É o processo de sacralizar a imagem de uma mulher grávida, mas ao mesmo tempo escorraçar essa mulher no pós-licença maternidade”, destacou Laina.

Os diálogos acerca do tema, também trataram dos processos violentos das instituições que em muitos casos demitem suas funcionárias após a licença maternidade. A mãe de Francisco, feminista, ecos socialista e vereadora (PSOL/ES), Camila Costa Valadão, fez uma reflexão enriquecedora sobre os inúmeros direitos que as mulheres têm buscado numa batalha árdua e constante.

“Reivindicamos uma maternidade com direitos de decidir sobre ser ou não ser mãe, direito de decidir sobre a gestação e por isso nós queremos políticas públicas; Chega de tratamento paternalista com as gestantes, no nosso corpo mandamos nós”, pontuou ela.

A co-vereadora Cleide fez um relato sobre suas vivências enquanto mãe que não teve acesso à licença. “Seguiremos aqui, exigindo direito amplo para todas, eu fui empregada doméstica nas minhas três gestações e não tive direito à licença maternidade. A gente precisa construir essa licença como direito para todas as companheiras, principalmente as que não estão no mercado de trabalho, para essas a situação é ainda mais grave”, disse.

Sabendo que os estereótipos impostos pela sociedade que narra a maternidade de maneira ilusória, a advogada feminista, mãe de Elis, ativista pelos direitos das mulheres e LGBTQ+, Lise Póvoa, ressaltou a importância de se pensar em construir um novo sistema onde o público feminino realmente seja acolhido.

“É aquele ditado, querem que sejamos mães como se não trabalhássemos e trabalhássemos como se não fossemos mães. É muito necessário que continuemos com esse espírito crítico, pensando numa luta contra o capitalismo, porque não tem como pensar no feminismo sem pensar no anticapitalismo, e pensar em maternidade onde a gente vive, nesse sistema capitalista, pra mim o ideal é acabar com o que existe hoje para construir um novo mundo”, disse a advogada.

A mesa foi composta pela mãe de Francisco, feminista, ecos socialista e vereadora (PSOL/ES), Camila Costa Valadão; a mãe e tesoureira da Associação de Mulheres da Timbalada (AMT), Jeane Chagas; a deputada federal, mãe de Hugo e líder da bancada do PSOL na Câmara Federal, Samia Bomfim (PSOL/SP); a advogada feminista, mãe de Elis, ativista pelos direito das mulheres e LGBTQ+, Lise Póvoa; a presidente do Diretório Municipal do PSOL de Feira de Santana, doula, mãe, professora e feminista negra, Marcela Prest; a advogada, ativista, mãe de Agnes Maria e integrante da Associação Tamo Juntas, Carla Lima; a advogada e fundadora e consultora do Política para Mulheres, Natasha Vasconcelos e a mãe solo, advogada e pesquisadora, Veruska Wolney Schmidt.