O presidente do PDT, Carlos Lupi, um dos principais articuladores da pré-campanha de Ciro Gomes (PDT) à Presidência, disse, em entrevista à BandNews, que o partido está aberto ao diálogo e a fazer alianças com as forças democráticas na disputa pelas eleições deste ano, mas excluiu o ex-ministro Sergio Moro (União Brasil), acusando-o de não ser um democrata.
“Estamos abertos ao diálogo a todas as forças democráticas. O Moro eu não incluo. […] Não é democrata. Eu quero trabalhar com os democratas, com os que respeitam a vontade do povo. O Bolsonaro é um inimigo nosso, adversário fervoroso. É um homem que pensa ao contrário de tudo que nós pensamos”, declarou ele na sexta-feira à emissora.
Lupi citou a decisão do Comitê de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas), que concluiu, na semana passada, que Moro foi parcial em seu julgamento dos processos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no âmbito da Operação Lava Jato.
Na semana passada, Ciro disse que Luciano Bivar (União Brasil) fez um “apelo” pessoal para que ele dialogue com os demais nomes da chamada “terceira via”, embora admita que não se vê como um integrante do grupo.
Apesar do antagonismo, o pré-candidato afirma que aceitou o convite de Bivar para dialogar “com essas pessoas” da terceira via.
Questionado sobre as tratativas com outras legendas, Lupi disse que as diferenças não impedem que haja conversas. “A conversa, na política, é parte essencial para a democracia. Quem, na política, não estiver disposto ao diálogo se isola. E o isolamento é fatal.”
Nós temos diferenças. Agora, temos que conversar, dialogar, ver os pontos em comum e salvar o Brasil desse autoritarismo, desse ditadorzinho de plantão chamado Jair Bolsonaro Carlos Lupi, presidente do PDT, em entrevista à BandNews
Na avaliação de Lupi, Ciro está consolidando a força dele no cenário eleitoral, o que “naturalmente atrairá outras forças políticas para uma possível aliança”.
O pedetista também comentou a troca de xingamentos entre Ciro e bolsonaristas na Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), dizendo que os apoiadores do atual presidente “discriminaram o nordestino” e que o colega é “autêntico”.
“Eu também não passaria por isso. No meio de um cordão de pessoas te xingando, ofendendo e tu sorrir? É muita falsidade. Nós não podemos ter essa política falsa”, opinou.