O senador Angelo Coronel (PSD) defendeu em entrevista ao jornal Tribuna, que o secretário estadual de Comunicação, André Curvello, e o chefe de gabinete do governador Rui Costa (PT), Cícero Monteiro, sejam coordenadores da campanha de Jerônimo Rodrigues (PT) ao governo da Bahia. A posição de Coronel ocorre após o senador ter o nome ventilado para comandar a campanha petista, mas ele descartou essa possibilidade.
“Coordenação tem que ser uma pessoa que não seja candidato e não tenha parentes disputando pleito”, disse Coronel à Tribuna, ao justificar a recusa de ser o coordenador da campanha petista. Os filhos dele, Angelo Coronel Filho e Diego Coronel, serão candidatos a deputado estadual e federal, respectivamente. Perguntado pela reportagem quais os melhores nomes para coordenar o projeto político do grupo governista, o senador respondeu: “Cícero e Curvello”.
Segundo a cúpula petista, está “99%” certa a ida do secretário de Comunicação para a campanha eleitoral. A expectativa é que ele deixe a pasta entre maio e junho a fim de ir para o front da batalha eleitoral. Ele vai comandar a comunicação após o publicitário baiano Sidônio Palmeira, que chefiou as últimas quatro vitórias petistas na Bahia, ser convidado para a campanha do ex-presidente Lula (PT) ao Palácio do Planalto.
A cúpula do PT-BA não esconde a preocupação com a saída de Sidônio Palmeira e do senador Jaques Wagner (PT) para a campanha de Lula. Integrantes do partido disseram que foram “surpreendidos” com a ida de Wagner para a coordenação política da campanha do ex-presidente, e de Sidônio para a comunicação nacional.
O senador petista era considerado o “coordenador natural” da campanha de Jerônimo. Inclusive, ele foi o principal articulador do retorno do MDB para a base governista. A avaliação dentro do PT-BA é que hoje a prioridade é toda para a vitória de Lula, e tem se deixado de lado a eleição para governador.
Um integrante petista chegou a dizer, reservadamente, que o lema da campanha de Jerônimo foi trocado de “Mais Bahia, Mais Brasil” para “Mais Brasil, Menos Bahia”. Antes de ser convidado para a coordenação da comunicação de Lula, Sidônio já trabalhava na concepção do pleito baiano. Ele foi convocado após o marqueteiro Augusto Fonseca ser afastado em meio a críticas internas no partido.
De acordo com petistas, com a ida de Wagner para trabalhar na eleição de Lula, houve um “vácuo” na campanha de Jerônimo e há hoje um “improviso” para resolver o vazio. Ex-presidente do PT na Bahia, Everaldo Anunciação, por exemplo, tem atendido às demandas dos candidatos a deputado federal e estadual. Já Lucas Reis, que é chefe de gabinete de Wagner, tem ajudado na questão financeira.