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domingo 24 de abril de 2022 às 19:20h

Em discurso da vitória, Macron defende “mudanças profundas”

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Presidente reeleito da França pediu que apoiadores não vaiassem a candidata derrotada Marine Le Pen e disse que seu governo será de “união”. “Não sou mais o candidato de um lado, mas o presidente de todos”.O presidente francês reeleito, Emmanuel Macron, fez seu discurso da vitória na noite deste domingo (24/04), pouco menos de duas horas depois de as primeiras estimativas lhe darem a vitória sobre a extremista de direita Marine Le Pen, com 58% dos votos. Ele prometeu “escutar o silêncio dos abstencionistas” e responder às razões da “cólera” daqueles que apoiaram sua rival, para tentar curar as feridas do país.

“Desde agora, não sou mais o candidato de um lado, mas o presidente de todas e de todos”, afirmou o centrista, em meio a pedido de que os apoiadores não vaiassem a candidata derrotada.

Macron disse ter consciência de que muitos dos que foram às urnas neste domingo e o ajudaram a se reeleger não votaram em favor de seus projetos ou para apoiá-lo, mas, sim, “para barrar as ideias da extrema direita” e prometeu governar também em favor deles e por “mudanças profundas”.

O presidente reeleito disse que os próximos cinco anos de mandato não serão uma continuidade de seu governo, mas tempos “de uma invenção coletiva, de um método refundado”, em que a França se tornará uma grande nação ecológica, que respeita as diferenças.

“Cada um de nós terá uma responsabilidade nisso, terá que se engajar nesse projeto”, afirmou Macron.

No discurso, ele ressaltou que seu governo batalhará por uma sociedade mais justa e pela igualdade entre homens e mulheres. Ela firmou que seu governo será “exigente” e ambicioso” e que ” há muito a fazer”.

Macron também chamou atenção dos cerca de 28% que se abstiveram de votar, dizendo que “seu silêncio é uma negação ao direito de responder”.

Anos difíceis pela frente

Segundo Macron, a guerra na Ucrânia “está aí para nos mostrar que estamos atravessando tempos difíceis”.

“Os anos que virão com certeza não serão tranquilos, mas serão históricos, e juntos poderemos escrevê-los para as novas gerações”, destacou, afirmando que é hora de a França “mostrar a sua força”.

“O país está cheio de dúvidas, de divisões, e será necessário ser forte, mas ninguém será deixado ao longo do caminho”, destacou.

Líderes da UE felicitam Macron

Os líderes da União Europeia (UE) felicitaram Macron pela vitória, logo após a divulgação das primeiras estimativas. O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, afirmou que a Europa poderá “contar com a França por mais cinco anos”.

“Parabéns, caro Emmanuel Macron. Nestes tempos difíceis, precisamos de uma Europa forte e uma França totalmente comprometida com uma União Europeia mais soberana e estratégica”, escreveu Michel em sua conta pessoal no Twitter.

O político belga, da mesma família política liberal de Macron, salientou que “podemos contar com a França por mais cinco anos”.

No mesmo sentido a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen comemorou a reeleição.

“Caro Emmanuel Macron, gostaria de parabenizá-lo por sua reeleição como presidente da República. Espero continuar nossa excelente cooperação. Juntos, vamos fazer a França e a Europa avançarem”, escreveu Von der Leyen em sua conta oficial no Twitter.

Da Índia, onde iniciou neste domingo sua primeira viagem oficial ao país asiático, a política conservadora alemã felicitou o liberal Macron, cujo país ocupa neste semestre a presidência do Conselho da União Europeia.

Críticas do extremista de esquerda

Por outro lado, o líder da esquerda radical na França, Jean-Luc Mélenchon, terceiro colocado no primeiro turno, disse que Macron foi eleito “nas piores condições”, em referência aos altos índices de abstenção, que ultrapassam 28%.

“Macron é o presidente eleito nas piores condições da V República. Ele nada em um oceano de abstenção, votos brancos e nulos”, declarou Mélenchon minutos depois da divulgação das primeiras projeções.

Mesmo assim, o esquerdista parabenizou os franceses pela derrota da candidata da extrema-direita, Marine Le Pen, o que ele disse ser “uma boa notícia para a unidade do país”.

Mélenchon também pediu aos franceses que participem em massa, “com coragem e determinação”, das eleições para a Assembleia Nacional em junho, para as quais quer liderar uma coalizão de partidos de esquerda e ambientalistas.

“O terceiro turno começa hoje à noite. Você pode derrotar Macron e escolher outro caminho se der maioria aos deputados da União Popular, que deve ser ampliada”, acrescentou.

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