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sábado 23 de abril de 2022 às 16:08h

Câmeras em sala de aula podem levar a um ‘comportamento paranoico’, diz psicóloga

NOTÍCIAS, SAÚDE


Muito utilizadas durante as aulas online durante a pandemia de Covid-19, as câmeras seguem nas salas de aulas de muitas escolas, principalmente na educação infantil. Para especialistas, medida de vigilância pode gerar um “comportamente paranoico” em crianças e professores.

“Tudo na vida tem vários aspectos em jogo, a câmera pode coibir ou prevenir o bullying, minimizar situações de violência, mas só”, explica a psicóloga Rosa Mariotto, doutora pela USP (Universidade de São Paulo). “Como no livro 1984, de George Orwell, essa vigilância excessiva pode gerar um comportamento paranoico, tira a liberdade tanto das crianças como os professores.”

“Com as câmeras, a sensação é de que alguém sempre está de olho, o que tira a expontaneidade, a liberdade corporal e oral das crianças”, explica Rosa. Para ela, a escola é o primeiro ambiente em que as crianças pequenas deveriam estar livres do olhar parental. “A escola é teste drive para a vida, onde as crianças aprendem uma série de habilidades sociais.”

Essa hipervigilância afeta diretamente o comportamento das crianças, que não não se soltam e também não aprendem a viver sem o olhar atento dos pais. “Esse monitoramento leva a dois comportamentos no futuro: cresce e quer fugir ou não sabe se virar sozinho.”

Para a psicopedagoga Ivone Scatolin, as câmeras em sala de aula afetam diretamente o comportamento dos professores, “eles se sentem inibidos, mas precisam estar à vontade para exercer sua prática, claro que as câmeras foram fundamentais durante a pandemia, mas agora é preciso fazer uma reflexão.”

Tanto Rosa como Ivone concordam que os professores se sentem em uma banca avaliadora e que qualquer deslize pode trazer consequências. “A questão é que uma determinada atitude pode ter diferentes formas de interpretação dependendo de quem está olhando, algo corriqueiro pode virar um problema”, destaca Ivone.

“Estamos vivendo um momento em que as coisas estão muito confusas, a escola deveria ser um local confiável e o uso desses equipamentos mostram que não são, que os pais desconfiam da instituição e também de seus filhos, todos ficam em constante alerta e ansiosos”, avalia.

As especialistas sugerem que os pais questionem qual o efeito dessas câmeras, se é positivo ou negativo. “Muitas escolas usam esse tipo de equipamento com apelo mercadológico, mas não pedagógico”, conclui Rosa.

“Com as câmeras, a sensação é de que alguém sempre está de olho, o que tira a expontaneidade, a liberdade corporal e oral das crianças”, explica Rosa. Para ela, a escola é o primeiro ambiente em que as crianças pequenas deveriam estar livres do olhar parental. “A escola é teste drive para a vida, onde as crianças aprendem uma série de habilidades sociais.”

Essa hipervigilância afeta diretamente o comportamento das crianças, que não não se soltam e também não aprendem a viver sem o olhar atento dos pais. “Esse monitoramento leva a dois comportamentos no futuro: cresce e quer fugir ou não sabe se virar sozinho.”

Para a psicopedagoga Ivone Scatolin, as câmeras em sala de aula afetam diretamente o comportamento dos professores, “eles se sentem inibidos, mas precisam estar à vontade para exercer sua prática, claro que as câmeras foram fundamentais durante a pandemia, mas agora é preciso fazer uma reflexão.”

Tanto Rosa como Ivone concordam que os professores se sentem em uma banca avaliadora e que qualquer deslize pode trazer consequências. “A questão é que uma determinada atitude pode ter diferentes formas de interpretação dependendo de quem está olhando, algo corriqueiro pode virar um problema”, destaca Ivone.

“Estamos vivendo um momento em que as coisas estão muito confusas, a escola deveria ser um local confiável e o uso desses equipamentos mostram que não são, que os pais desconfiam da instituição e também de seus filhos, todos ficam em constante alerta e ansiosos”, avalia.

As especialistas sugerem que os pais questionem qual o efeito dessas câmeras, se é positivo ou negativo. “Muitas escolas usam esse tipo de equipamento com apelo mercadológico, mas não pedagógico”, conclui Rosa.

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