O ex-presidente Lula provocou segundo Robson Bonin, na Radar, um freio de arrumação na cúpula do petista desde que decidiu defender o aborto durante um evento partidário.
“Aqui no Brasil, as mulheres pobres morrem tentando fazer um aborto, porque é proibido, o aborto é ilegal… Aqui ela (mulher) não faz porque é proibido, quando na verdade deveria ser transformado numa questão de saúde pública e todo mundo ter direito e não ter vergonha. Eu não quero ter um filho, eu vou cuidar de não ter meu filho”, disse Lula.
A fala deu munição pesada para Jair Bolsonaro e sua bancada de apoiadores no meio evangélico. Lula até tentou se explicar, mas já era tarde. Bolsonaro usou o episódio para chamar o petista de “genocida”.
Para um influente quadro petista, o “lado bom” da escorregada de Lula é que a trapalhada ocorreu neste momento ainda distante da campanha propriamente dita.
A maioria dos eleitores não está prestando atenção no falatório dos pré-candidatos, o que dá tempo ao partido para se distanciar do episódio e realinhar o discurso. Se Lula tivesse defendido o aborto em pleno debate eleitoral na TV, por exemplo, o estrago seria bem maior.