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quarta-feira 6 de abril de 2022 às 14:16h

Lula sugere que militância pressione parlamentares e familiares em casa; Bolsonaristas dizem em se armar

NOTÍCIAS, POLÍTICA


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sugeriu na última segunda-feira (4), em encontro na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que em vez de ir a Brasília fazer atos públicos, os trabalhadores e movimentos sindicais deveriam segundo o jornal O Globo, “mapear” o endereço de cada deputado e comparecer em sua porta, com um grupo de 50 pessoas, para “incomodar” a sua “tranquilidade”. A fala foi criticada por parlamentares nas redes sociais, que acusaram Lula de incitação ao crime e ao ódio.

A fala ocorreu após o ex-presidente defender a importância da eleição à  Câmara e ao Senado para a aprovação de uma “contrarreforma” no país. Segundo ele, será preciso ensinar a sociedade a cobrar os deputados e também mudar o jeito de exercer pressão, já que “fazer ato público na frente do Congresso Nacional não move uma pestana de um deputado”.

De acordo com Lula, quando se está dentro do Plenário da Câmara, não é possível saber o que está acontecendo do lado de fora, na área externa:

— Agora, é engraçado que a gente não aprendeu, com o movimento que a gente tem, a fazer pressão na cidade onde as pessoas moram. Os deputados têm casa. Eles moram numa cidade. Nessa cidade tem sindicalista, professor, metalúrgico, bancário, pedreiro, tem quase todas as profissões que estão representadas aqui — discursou o petista. — Se a gente pegasse e mapeasse o endereço de cada deputado e fosse 50 pessoas na cada do deputado, não para xingar, para conversar com ele, com a mulher dele, com o filho, incomodar a tranquilidade dele, eu acho que surte muito mais efeito do que a gente vir fazer a manifestação em Brasília.

A fala do ex-presidente tem sido alvo de críticas nas redes sociais. A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), aliada do presidente Jair Bolsonaro (PL), disse em seu Twitter que irá protocolar uma denúncia contra Lula no Ministério Público:

— Isso é incitação ao crime e ao ódio. Mas na minha família você não vai mexer, porque aqui impera a lei de legítima defesa. Vou pregar bala se vier militante tentar mexer com o meu filho —  afirmou a parlamentar.

O vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do presidente da República, disse que a fala de Lula é uma “ameaça”:

— Não haverá nenhum comentário, enquanto pessoas irem às ruas é considerado por alguns como ato antidemocrático? — questionou o vereador, que ainda escreve: — Qual o posicionamento de ministros do STF e chefes das Casas legislativas diante de tal colocação?

Alex Manente (SP), deputado federal do Cidadania, classificou a fala do ex-presidente como “absurda”.

— Absurda a fala de Lula para militantes da CUT sobre ser preciso “mapear casas de deputados” para “incomodar a tranquilidade deles”. Política se faz com diálogo, no espaço público, e não desrespeitando o âmbito privado de congressistas de qualquer lado do espectro político — tuitou ele.

O deputado federal Junio Amaral (PL-MG) publicou um vídeo em suas redes sociais com uma arma na mão, e disse estar “pronto para receber o ex-presidente em sua casa”.

No evento, onde recebeu a plataforma da CUT para as eleições de 2022, Lula também disse que, caso eleito para comandar o país em outubro, pretende tirar quase 8 mil militares que ocupam cargos comissionados. O petista revelou ainda que prevê uma “eleição complicada” contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), mas que está tão tão otimista agora quando em 2002, quando foi eleito pela primeira vez.

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