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O secretário de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, Caio Paes de Andrade Foto: Michel Jesus / Câmara dos Deputados
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terça-feira 5 de abril de 2022 às 06:42h

Baiano assessor de Guedes é o mais cotado para assumir a Petrobras

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Secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, Caio Paes de Andrade é o nome mais cotado para assumir a presidência da Petrobras com a desistência do consultor Adriano Pires, que foi antecipada pela colunista Malu Gaspar do jornal O Globo, e formalizada na noite desta segunda-feira.

O nome é defendido por ministros do governo e ele já foi entrevistado pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.

Assessor do ministro Paulo Guedes, o nome de Paes de Andrade volta a ser ventilado no governo para assumir o comando da estatal. Ele estava entre os cotados para o posto desde antes da queda de Joaquim Silva e Luna, general da reserva. Foi uma indicação de Guedes, mesmo que ele venha dizendo que não quer se envolver no assunto.

Bolsonaro decidiu demitir Silva e Luna por conta da alta dos preços dos combustíveis num ano eleitoral. Inicialmente, o nome escolhido para o cargo foi de Adriano Pires, consultor que tinha apoio do centrão — grupo de partidos que apoia Bolsonaro. Pires, porém desistiu.

Caio Paes de Andrade pode ser uma solução caseira adequada para este momento. Ele foi presidente do Serpro (estatal de dados do governo) e, com isso, já se descompatibilizou de investimentos e empresas — situação que levou Pires a declinar do convite.

O secretário é um gestor de confiança inclusive de Bolsonaro e tem como vitrine a implantação do sistema Gov.br, que reúne serviços digitais do governo federal.

Caio Mario Paes de Andrade tem formação em Comunicação Social pela Universidade Paulista, pós-graduação em Administração e Gestão pela Harvard University e Mestre em Administração de Empresas pela Duke University.

A nova indicação ocorre depois do consultor Adriano Pires desitir oficialmente de assumir o cargo.

Pires comunicou pela manhã que desistira de assumir o cargo, mas o presidente Jair Bolsonaro passou o dia tentando convencê-lo a mudar de ideia. Ele, porém, decidiu não assumir o cargo.

A dificuldade de ser aprovado pelo Comitê de Pessoas da Petrobras, que ser reunirá nesta terça-feira, porém, fez Pires desistir do cargo. Além disso, Pires não quis abrir mão da sua empresa de consultoria, o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).

Em carta enviada ao MME, Pires agradece a indicação e reafiram o “compromisso de continuar nessa luta” pelo desenvolvimento do mercado de óleo e gás. Ele afirma, porém, que não poderia conciliar o cargo com as atividades de consultoria que já desempenha, atualmente, para empresas do setor.

O nome de Pires foi indicado pelo governo na semana passada, no lugar do general da reserva Joaquim Silva e Luna, atual presidente da estatal. A troca foi anunciada em meio à insatisfação do presidente Jair Bolsonaro com a alta do preço dos combustíveis em um ano eleitoral.

Pires é consultor com atuação há mais de duas décadas no setor de óleo e gás. Como mostrou Malu Gaspar, entre os clientes de Pires está o empresário e sócio de distribuidoras de gás Carlos Suarez, que é também amigo de décadas de Landim.

Outros clientes do consultor são a associação do setor (Abegás), a Compass, concessionária de gás do empresário Rubens Ometto, e diversas outras empresas do setor.

Não é segredo para o governo, porém, essa relação de Pires. Auxiliares de Bolsonaro, inclusive, diziam que ele foi escolhido por conta desse currículo.

A relação do presidente do Flamengo, Rodrigo Landim, com Suarez também foi o que levou ele a desistir do cargo de presidente do Conselho de Administração da estatal.

Para assumir a Petrobras, Pires também precisaria contornar uma exigência considerada difícil por ele. Pela legislação, o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), que ele preside, não poderia ficar sob o comando de seu filho, Pedro Rodrigues Pires, hoje sócio-diretor do empreendimento.

A Lei das Estatais veda que executivos dessas empresas tenham parentes em empreendimentos concorrentes.

Fundado em 2000, o CBIE se apresenta como uma consultoria especializada em regulação e assuntos estratégicos em energia. Nos quadros da empresa consta Pedro Rodrigues Pires, filho de Adriano Pires, como sócio diretor.

O CBIE é uma empresa familiar. Por isso, Pires teria que vender ou encerrar a empresa para assumir a Petrobras, para não haver qualquer relação entre ele e a companhia. É uma situação diferente de outros executivos que já entraram em estatais, que não eram donos de grandes empresas.

Pires disse a interlocutores que abrir mão do CBIE neste momento seria um obstáculo difícil para ele superar.

O Ministério Público chegou a pedir ao Tribunal de Contas da União (TCU) que apure se há conflito de interesse na indicação de Adriano Pires. Isso porque, conforme argumenta o MP, Pires está há mais de 20 anos à frente do CBIE.

Como mostrou Malu Gaspar, entre os clientes de Pires está o empresário e sócio de distribuidoras de gás Carlos Suarez, que é também amigo de décadas de Landim. Outros clientes do consultor são a associação do setor (Abegás), a Compass, concessionária de gás do empresário Rubens Ometto, e diversas outras empresas do setor.

Em conversas com auxiliares no domingo e nesta segunda-feira, Bolsonaro atribuiu a supostos “inimigos” que estão na Petrobras os obstáculos criados para Pires assumir o cargo. Esses obstáculos deixaram Bolsonaro irritado e o presidente não queria dar o braço a torcer.

Nas conversas, Bolsonaro reclamou que teria, na sua visão, de escolher o presidente da Petrobras. E afirmado que Pires é qualificado para o cargo. Em entrevista ao jornal O Globo na semana passada, Albuquerque disse que Adriano Pires era a pessoa mais indicada para estar à frente da Petrobras neste momento.

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