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quinta-feira 24 de março de 2022 às 05:07h

Ex-esposa de Jeff Bezos possui fortuna de US$ 55 bilhões e decide doar parte para instituições sociais no Brasil

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De acordo com Mariana Barbosa e Rennan Setti, na coluna Capital, do jornal O Globo, a bilionária americana Mackenzie Scott se tornou uma das cinco mulheres mais ricas do mundo ao se divorciar do fundador da Amazon Jeff Bezos e resolveu repartir um pedacinho da sua fortuna avaliada em US$ 55 bilhões.

Ela anunciou, numa tacada só, a doação de US$ 3,86 bilhões para 465 instituições sociais das mais diversas causas ao redor do mundo — e uma fração desses recursos teve como destino o Brasil.

Nada menos do que 15 ONGs brasileiras receberam cheques de Mackenzie. Encabeçando a lista está a Gerando Falcões, que recebeu R$ 27 milhões (US$ 5,5 milhões) para apoiar suas ações de combate à miséria nas favelas.

O Elas+ Doar para Transformar, fundo que há 20 anos investe em ações de promoção de lideranças femininas e equidade de gênero e que conta com apoio de outra grande instituição filantrópica americana, a Fundação Ford, também recebeu um aporte generoso: R$ 17 milhões (US$ 3,5 milhões).

— Tão importante quanto o recurso financeiro é o exemplo da Mackenzie em demonstrar confiança nas instituições da sociedade civil, ao invés de querer inventar a roda e criar seu próprio projeto — diz Amália Fischer, co-fundadora e coordenadora do Elas+. Os recursos equivalem à metade do orçamento do Elas para este ano.

O Instituto Sou da Paz, que atua no combate à violência armada, recebeu R$ 6 milhões (US$ 1,2 milhão) de Mackenzie, enquanto a Vetor, que promove eficiência na gestão pública, já havia anunciado o recebimento de R$ 4,2 milhões (US$ 750 mil) em janeiro.

O carioca Instituto Dara, eleita a melhor ONG da América Latina pela suíça NGO Advisor, foi contemplado com R$ 5 milhões (US$ 1 milhão), valor que equivale a um ano de orçamento da instituição.

— A filantropia brasileira é precária, doa-se pouco. Então é bom saber que a filantropia mundial pode vir em auxílio às iniciativas locais. Tomara que os bilionários brasileiros enxerguem nesse movimento um exemplo — afirma a médica Vera Cordeiro, que fundou a Dara há 31 anos e hoje preside seu conselho. — A melhor coisa desse dinheiro é que não é carimbado. Isso é uma benção, dá liberdade para as organizações alocarem os recursos da maneira mais eficiente — acrescenta.

O Dara não havia tido qualquer contato prévio com a bilionária. O dinheiro chegou após quatro meses de análises conduzidas pela Bridgespan, consultoria internacional que presta serviços para ONGs e filantropos americanos.

O roteiro foi o mesmo para as demais ONGs: elas foram contatadas pela Bridgespan, que fez diversas entrevistas e revisou as contas das instituições.

Além das já citadas, também foram contempladas as organizações Brazil Foundation, Fundo Brasil de Direitos Humanos, Conectas, Instituto Rodrigo Mendes (educação inclusiva), fundo Baobá (combate ao racismo), fundo Casa Socioambiental, rede Nossas (melhoria urbana), Politize, Saúde e Alegria e Redes da Maré.

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