A Câmara Municipal de Salvador irá realizar, nesta quinta-feira (17), às 14h30, a sessão especial em Homenagem ao Dia da Água: “Fonte de vida para os povos e para a natureza”.
Com a participação de movimentos sociais e setores da sociedade civil, o evento vai discutir o momento atual em que se vivencia a urgência das gestões públicas colocarem a água como prioridade nas políticas ambientais e urbanas e defender o uso sustentável das águas pelas comunidades tradicionais, quilombolas, ribeirinhas, fundos e fechos de pasto.
Solicitada pela vereadora Marta Rodrigues (PT), a sessão acontecerá em formato virtual, por meio da plataforma Zoom (_ver link abaixo_), sendo transmitida pelas redes sociais (www.facebook.com/tveradiocam) e pela TV CAM (Canal 12.3).
Segundo a vereadora Marta Rodrigues, a sessão não é só uma homenagem ao Dia Mundial da Água, mas um debate político que precisa urgentemente estar inserido nas gestões públicas através de projetos, políticas municipais e diálogo com especialistas.
“Por isso a importância de acontecer dentro de um espaço institucional como a Câmara Municipal. A gestão da água e de saneamento deve ser público e não pode comprometer o fluxo natural do meio ambiente como vem ocorrendo de maneira desordenada, pois os resultados são o agravamento de enchentes, deslizamentos de terra, necessidade de encostas, alagamentos. Salvador fica um caos”, declarou Marta.
O objetivo é chamar atenção para o retrocesso que está por vir com os avanços da mercantilização da água, acarretando graves danos para a população e retirando o direito universal e público à agua para a população, principalmente aquela com menor poder aquisitivo.
O coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado da Bahia (Sindae), Grigorio Rocha, afirma que a sessão também pretende discutir o Marco do Saneamento, lei que cria um tipo de constrangimento aos municípios ao tentar forçá-los a aderir à privatização da água.
“Fundamental este debate de garantir que o saneamento continue público, até porque a privatização resultará em prejuízos imensos para a população e diversos povos. Defendemos a resolução da ONU que declara a água como bem essencial a vida, como direitos humanos essenciais enquanto de outro lado estão aqueles que querem impor a água como mercadoria, que deve ser cotada como comodittie no mercado internacional e transformada em produto de mercado, e por isso só vai ter acesso a quem puder pagar”, pontua Grigorio.
Já Julliano Ribeiro, diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente (Sindae), explica que o Estado deve ser responsável pela preservação e sustentabilidade das bacias hidrográficas para seu uso, fruição e benefício para as atuais e futuras gerações. “Além disso, defendemos que as comunidades tradicionais, quilombolas, ribeirinhas, fundo e fecho de pastos devem consentir prévia e livremente sobre o uso sustentável de suas águas na Bahia”, acrescenta Julliano.
Para Edmilson Barbosa, diretor de políticas sindicais do Sindae, o debate amplo com a sociedade diante do momento vivenciado e da ameaça que diversos povos terão para acessar a água. “É um tema que deve ser pensado também pelas grandes cidades, onde os principais mananciais estão degradados. Estamos perdendo nossas principais fontes de água potável com o crescimento desordenado das cidades no país e no mundo”, diz Edmilson Barbosa, diretor de políticas sindicais do Sindae.