O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) classificou como sabotagem, em conversa com Jair Bolsonaro, registra O Bastidor, sobre o reajuste no valor dos combustíveis pela Petrobras justamente quando há um ensaio de recuperação da popularidade do presidente.
A companhia reajustou os valores da gasolina em 18,77%, do diesel em 24,93% e do gás de cozinha em 16,06%, impactando o preço dos alimentos já pressionados pela conjuntura internacional.
Para Lira, o responsável pelo movimento é o general Joaquim Silva e Luna, presidente da companhia. Mas não apenas ele. Paulo Guedes também entrou no combo de críticas.
Bolsonaro ouviu o mesmo argumento do seu chefe da Casa Civil, o ministro Ciro Nogueira.
Para ambos, o aumento dos preços pode impactar negativamente a popularidade do presidente e, acrescentaram eles, se houver paralisação dos caminhoneiros, o que definiram como catastrófico, os responsáveis serão o presidente da Petrobras e o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Eles insistiram para que o presidente seja mais assertivo quanto aos preços dos combustíveis, pelo bem de sua reeleição. Bolsonaro já vinha pedindo uma solução a seus ministros da Economia e de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
No Congresso, avaliou Lira, as medidas aprovadas pelo Senado vão mitigar o preço dos combustíveis, mas não absorvem o impacto do aumento. É preciso, disse, uma ação do Executivo.
A pesquisa indicando crescimento de Bolsonaro, divulgada nesta sexta-feira, 11, um dia depois do anúncio da Petrobras, reforça o argumento dos aliados de Bolsonaro de que ele precisa agir.
No levantamento do Ipespe, o presidente saiu de 23% das intenções de voto em janeiro para 26% agora em fevereiro.