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sábado 12 de março de 2022 às 11:39h

Empresários preocupados com a relação Brasil-China

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Os últimos sinais dados nas relações Brasil-China têm preocupado empresários brasileiros. De acordo com artigo de Brenno Grillo, no Bastidor, no fim de 2021, não foram renovados os planos decenal e quinquenal das relações bilaterais entre os dois países; e o embaixador chinês Yang Wanming deixou as terras tupiniquins, no último dia 4, sem um adeus de Jair Bolsonaro.

Os planos decenal e quinquenal eram discutidos desde 2019 – tendo sido firmados em 2012 e 2014, respectivamente. Negociadores justificaram o fim das tratativas citando a burocracia chinesa, a pandemia e a política conduzida pele ex-chanceler Ernesto Araújo.

‘Mas os empresários brasileiros, segundo fontes do grupo, também culpam a falta de vontade do governo brasileiro, mesmo com a mudança no Itamaraty, em negociar. O grupo entende que a melhora da situação com a chegada de Carlos França foi “branda” em relação ao tamanho do estrago causado anteriormente não só por Araújo, mas também por Bolsonaro e seus filhos’, diz o artigo.

Destacam ainda, conforme a publicação, que Bolsonaro não visitou a China, enquanto Xi Jinping veio ao país para a cúpula dos Brics e seu governo ajudou (a pedido) a gestão do capitão reformado comprando petróleo quando ninguém mais queria. A “mão invisível” de Bolsonaro – Flávio, Carlos e Eduardo – também influencia negativamente esse contexto com suas polêmicas, que alimentam teorias da conspiração.

Empresários consideram esse um dos pontos extremamente improdutivos para os negócios – vale lembrar que Eduardo Bolsonaro já culpou a China pela pandemia.

Uma das teorias envolve a Cosban (comissão de relação bilateral presidida pelos vice-presidentes de Brasil e China) devido aos seguidos ataques de Bolsonaro contra Hamilton Mourão. Essas divergências, afirmam fontes, levam empresários a duvidar da eficácia do colegiado – a certeza de que o general da reserva não continuará vice, com ou sem a reeleição do capitão reformado, também impacta no “humor”.

Interlocutores do setor privado dos dois lados enxergam na guerra um meio de reforçar os laços, porque as dificuldades globais impactarão a todos e exigirão unidade. Porém, não percebem no lado brasileiro o interesse de atuar nesse sentido, principalmente no intercâmbio de tecnologia e nos setores de telefonia e comércio eletrônico.

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