Aliados de Sergio Moro no Podemos ficaram preocupados segundo Nonato Viegas, no Bastidor, com a saída de Arthur do Val do partido e, principalmente, com o buraco aberto no palanque do ex-ministro em São Paulo.
O vazio em São Paulo, acreditam, pode precipitar o movimento da legenda no estado para embarcar na candidatura de Rodrigo Garcia ao Palácio Bandeirantes. Daí, para apoiar João Doria é um passo.
Por conta disso, moristas passaram a defender o nome do general da reserva e ex-ministro de Bolsonaro, como Moro, Carlos Alberto Santos Cruz. É preciso, porém, combinar com ele, que pretende disputar uma vaga no Senado – e com integrantes do partido, que preferem um nome político.
Moro não tem partidos aliados. O ex-juiz também não tem alianças regionais. E existe dentro de seu partido uma crescente insatisfação com sua pré-candidatura, como mostrou o Bastidor. Integrantes da legenda acreditam que o ex-juiz não vai subir nas pesquisas e preferem gastar dinheiro do fundo eleitoral para eleger uma bancada maior.
No Paraná, o Podemos apoia o governador Ratinho Júnior, que, entre Sergio Moro e Jair Bolsonaro, ficará com o presidente. No Rio de Janeiro, o partido do ex-ministro também está no governo, cujo governador, Claudio Castro, apoiará Bolsonaro.
Na Bahia, o Podemos caminha para apoiar o candidato do PT. Em Minas, o seu partido apoia Romeu Zema, que gostaria de embarcar na reeleição do presidente, mas terá de caminhar com o candidato do Novo, o cientista político Felipe D’Ávila.
No Ceará, o candidato do partido é bolsonarista. E no Rio Grande do Sul a tendência é que o Podemos esteja com o candidato tucano ao Palácio Piratini e, portanto, com João Doria.
Moro tem tentado se manter no jogo. Quer o apoio de Joaquim Barbosa, tenta garantir o apoio de São Paulo com o general Santos Cruz, mas, na legenda, ganha corpo o movimento para que sua pré-campanha não se transforme em campanha para presidente.