Embaixadores europeus no Brasil aprovaram o apoio do Brasil à resolução contra a Rússia aprovada na Assembleia Geral da ONU, aos diplomatas brasileiros mas alertaram segundo o portal g1 e Globo News, que o presidente russo, Vladimir Putin, só aceitará negociar o fim da guerra na Ucrânia, de fato, se for sufocado economicamente.
Segundo esses embaixadores, Putin já deixou claro que só quer negociar depois de tomar a Ucrânia e impor condições que são inaceitáveis para o povo ucraniano: mudar o governo local e ceder parte de seu território para a Rússia, além de assumir o compromisso de nunca entrar na Otan, a aliança militar comandada pelos EUA.
Ou seja, primeiro ele quer subjugar a Ucrânia.
O alerta dos embaixadores europeus vem da posição externada pela diplomacia brasileira na ONU, que aprovou a resolução contra a Rússia, mas com ressalvas.
O representante do Brasil no Conselho de Segurança da ONU, embaixador Ronaldo Costa Filho, afirmou que a resolução não abre portas para negociação com a Rússia e que o governo brasileiro não vê o texto aprovado como uma condenação do ato de invasão da Ucrânia pelos russos.
Mesmo assim, os países europeus viram como um fato positivo o Brasil votar a favor da resolução.
Dos países do Brics, apenas o Brasil votou a favor do texto. China, Índia e África do Sul optaram pela abstenção.
A Rússia, claro, votou contra a resolução que pede o cessar fogo imediato e a retirada de tropas da Ucrânia.
Já a posição do presidente Jair Bolsonaro, que até agora não condenou nem criticou a Rússia pela invasão da Ucrânia, é criticada pelos países europeus.
A avaliação é que Bolsonaro não esconde sua posição favorável a Vladimir Putin e não manifestou nenhuma solidariedade com o povo ucraniano, alvo da guerra russa.
Essa postura do presidente brasileiro, segundo embaixadores europeus em Brasília em conversa com interlocutores brasileiros, vai pesar quando eles estiverem na mesa de negociação sobre projetos de interesse do governo brasileiro.
Eles citam especificamente o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, que já enfrenta obstáculos por causa da política ambiental do Brasil criticada na Europa.