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quarta-feira 2 de março de 2022 às 17:49h

Pretas Por Salvador repudiam operação da PM na Gamboa; três jovens foram mortos

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O mandato coletivo Pretas Por Salvador (PSOL) se manifestou contra uma operação da Polícia Militar do Estado da Bahia (PM) que resultou na morte de três jovens negros da Comunidade da Gamboa, na madrugada de terça-feira (1º). O mandato afirma ainda que, no domingo (27), policiais armados agrediram um jovem negro na entrada da Comunidade Solar do Unhão.

“As ações da Polícia Militar nas comunidades periféricas têm sido cada vez mais letais, matando e agredindo negros e negras periféricos, vítimas do racismo e da violência policial do Estado”, aponta a co-vereadora Cleide Coutinho. Para ela, os jovens Patrick Sapucaia, Alexandre Santos e Cleberson Guimarães, mortos durante a operação da PM, reafirmam os dados do relatório “A vida resiste: além dos dados da violência”, da Rede de Observatórios da Segurança. O documento considera a PM-BA a mais letal do Nordeste e líder em mortes por chacinas.

Cleide Coutinho usou suas redes sociais para exigir providências. “Até quando vão invadir nossas comunidades e assassinar nossos jovens? Queremos nossos filhos vivos! Eu, que já tive dois filhos mortos em razão da violência do Estado, sigo exigindo providências!”, publicou.

A vereadora Laina Crisóstomo (PSOL) promoveu uma live em suas redes sociais a fim de denunciar o caso na Gamboa, o coroado em Pau da Lima e as “diversas invasões da polícia com requinte de crueldade e violência nessas comunidades periféricas”.

Laina questiona: “Foram três vidas ceifadas em razão da violência policial desse estado que tem tido uma política extremamente violenta na perspectiva da segurança pública. E a gente segue questionando: quais são as respostas deste caso Rui Costa?”.

Ela diz que, se não tem Carnaval, não tem que ter para ninguém. “A sensação que dá é que as festas privadas, as festas dos ricos, seguem fechadinhas com toda segurança e tranquilidade, mas as periferias estão sendo invadidas pela polícia com um processo de criminalização da cultura periférica, dos paredões, das ocupações das ruas, e para além disso, criminalização da nossa cor, enfim, da nossa condição social”, diz.

Laina Crisóstomo afirma que a operação na Gamboa foi realizada sem mandado de busca e apreensão, como determina a lei. “Inclusive, removeram do local os corpos das vítimas, sem possibilitar a apuração dos fatos. As Pretas, que têm atuado pela vida da população negra, repudiam a política genocida do estado, onde os corpos negros têm sido retirados da sociedade constantemente e exigem que a operação seja investigada e os envolvidos sejam responsabilizados”, afirma.

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