O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, concordaram em princípio, nesta segunda-feira (21), em horário local, em realizar uma cúpula sobre a crise na Ucrânia.
A secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, disse que a reunião deverá acontecer depois que o Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e o Ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, se encontrarem no próximo dia 24.
“O presidente Biden aceitou, a princípio, um encontro com o presidente Putin desde que uma invasão não aconteça. Estamos sempre prontos para a diplomacia. Também estamos prontos para impor consequências rápidas e severas caso a Rússia escolha a guerra. E, atualmente, a Rússia parece continuar se preparando para um araque em larga escala à Ucrãnia em breve”, disse Psaki em comunicado nesta noite de domingo (20).
Em comunicado, o governo francês disse que Macron sugeriu aos dois líderes uma cúpula sobre “segurança e estabilidade estratégica na Europa”. O chefe do Executivo da França irá ajudar a preparar o conteúdo das discussões.
“Os presidentes Biden e Putin aceitaram o princípio de tal cúpula”, disse ocomunicado francês, antes de acrescentar que a reunião seria impossível se a Rússia invadisse a Ucrânia, como as nações ocidentais temem. A Casa Branca não retornou aos posicionamentos solicitados pela reportagem.
O anúncio —divulgado após uma série de telefonemas entre Macron e líderes de ambos os lados do Atlântico— ocorre após uma semana de tensões intensificadas estimuladas pelo acúmulo militar da Rússia na fronteira ucraniana.
A tensão aumentou após o ministro da Defesa de Belarus, Viktor Khrenin, anunciar que a Rússia estenderia os exercícios militares no país que deveriam terminar neste domingo. Imagens de satélite revelaram novas movimentações de veículos blindados e tropas russas perto da Ucrânia.
A Casa Branca comunicou que Biden estava cancelando uma viagem a Delaware e permanecendo em Washington após uma reunião de duas horas de seu Conselho de Segurança Nacional.
A empresa de imagens de satélite Maxar, com sede nos EUA, relatou várias novas implantações de unidades militares russas em florestas, fazendas e áreas industriais a menos de 15 quilômetros da fronteira ucraniana. Segundo a empresa, representa uma mudança do que havia sido visto nas últimas semanas.
“Até recentemente, a maioria dos desdobramentos era vista principalmente posicionada ou perto de guarnições militares ou em áreas de treinamento existentes”, disse a Maxar.
O secretário de Estados dos EUA, Antony Blinken, declarou ao canal CNN, que “tudo o que estamos vendo sugere que isso é muito sério”, acrescentando que o Ocidente está igualmente preparado se Moscou invadir.
“Até que os tanques estejam realmente rodando e os aviões voando, vamos aproveitar todas as oportunidades e todos os minutos que temos para ver se a diplomacia ainda pode dissuadir o presidente Putin de levar isso adiante.”