O presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, advertiu nesta quinta-feira (10) que a península pode entrar em “estado de crise” se o Norte cumprir a ameaça de retomar os testes de mísseis de longo alcance.
Em uma entrevista a meios de comunicação internacionais, incluindo a AFP, Moon afirmou que qualquer ação de Pyongyang para retomar o lançamento dos mísseis apagaria anos de esforços e negociações de paz.
“Se a série de lançamentos de mísseis da Coreia do Norte eliminar a moratória sobre o lançamento de mísseis de longo alcance, a península coreana poderia cair de maneira instantânea no estado de crise que enfrentamos há cinco anos”, acrescentou.
Pyongyang executou sete testes em janeiro, um número sem precedentes, incluindo o míssil mais potente desde 2017, quando o dirigente norte-coreano líder Kim Jong Un provocou o então presidente americano Donald Trump com uma onda de lançamentos.
Kim e Trump iniciaram negociações, mas estas fracassaram em 2019 e, desde então, permanecem estagnadas, diante da insistência norte-coreana de prosseguir com o desenvolvimento armamentista.
Moon, que insistiu em negociar acordos de paz com o Norte durante os cinco anos de mandato, deixará o cargo em maio. Seu sucessor será eleito em 9 de março.
Apesar da estagnação do diálogo nuclear, o presidente sul-coreano disse que a “comunicação necessária” prosseguiu entre ele e Kim.
Moon lamentou o colapso das negociações entre Kim e Trump, ao destacar que exigia uma abordagem menos ambiciosa no início.
“Teria sido bom obter um ‘grande acordo’… Mas se isso era muito difícil, acredito que deveriam buscar um ‘acordo pequeno’ em uma abordagem por fases”, comentou.
O atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tem uma diplomacia mais discreta com a Coreia do Norte, mas o chefe de Estado sul-coreano afirmou que espera uma eventual reunião de cúpula entre Biden e Kim.
“É uma questão de tempo”, destacou.