Um grupo de manifestantes ocupou os trilhos da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) na terça-feira (8) e continuam no local segundo o jornal Estado de Minas, em Itueta, cidade do Leste de Minas Gerais, impedindo a passagem dos trens de minério e de passageiros, da Vale. Por causa da manifestação, nesta quarta-feira (9), a Vale suspendeu a circulação do trem de passageiros, nos dois sentidos – Belo Horizonte/Vitória.
A Vale informou que as reivindicações dos manifestantes não têm relação com a operação da ferrovia, mas que suspendeu a circulação do trem de passageiros em nome do compromisso com a segurança das suas operações e das comunidades nas quais está presente. O grupo de manifestantes é formado por pescadores, agricultores e outros trabalhadores das cidades de Itueta e Aimorés, cidades de Minas, e de outras cidades do Espírito Santo, que dependem das águas do Rio Doce para suas atividades profissionais.
Eles protestam contra a suspensão do pagamento, pela Fundação Renova, do Auxílio Financeiro Emergencial (AFE). O auxílio é pago às pessoas que perderam renda com a interrupção das suas atividades produtivas e econômicas depois do rompimento da Barragem de Fundão, mediante ao preenchimento de cadastro e envio de documentação que comprove a condição de atingidos pelo desastre. A Fundação Renova alegou que está atualizando os cadastros de todos os beneficiados com o auxílio que ainda não enviaram a documentação solicitada.
Os manifestantes afirmam que a exigência da Renova é incompreensível, porque a fundação já tem todos os dados de todos os atingidos desde 2015.
Fundação Renova esclarece
Em nota, a Fundação Renova esclareceu o impasse e se colocou à disposição dos manifestantes para um diálogo sobre as questões levantadas por eles, e divulgou as exigências e necessidades para a renovação do cadastro dos atingidos. A Fundação Renova esclarece que considera legítima qualquer manifestação popular, coletiva ou individual e reafirma que possui o diálogo como prática norteadora de suas ações. A Fundação Renova informa ainda que iniciou o processo de atualização de dados para correção de pagamentos do Auxílio Financeiro Emergencial (AFE) a pessoas que não comprovam perda de renda e interrupção das suas atividades produtivas e econômicas decorrentes diretamente do rompimento da barragem de Fundão. Para isso, solicitou a apresentação de documentos que comprovam o dano àquelas pessoas que até o momento não o fizeram. Caso a pessoa não apresente os documentos dentro do prazo de 30 dias, o pagamento do seu Auxílio Financeiro Emergencial será cessado.
A documentação solicitada deve ser enviada por meio do Fale Conosco, do Portal do Usuário, através da aba de manifestações, ou nos CIAs (Centros de Informação e Atendimento), no prazo de 30 dias a partir do recebimento/conhecimento da comunicação. Até dezembro de 2021, foram pagos R$ 19,6 bilhões nas ações de reparação e compensação. Deste valor, R$ 8,71 bilhões foram destinados ao pagamento de indenizações, incluindo lucros cessantes e auxílios financeiros emergenciais para cerca de 363,5 mil pessoas.
Paralisação do trem de Passageiros
A Vale também divulgou nota esclarecendo a paralisação do trem de passageiros e as orientações aos passageiros que não conseguiram embarcar nesta quarta-feira. A circulação do Trem de Passageiros precisará ser suspensa nesta quarta-feira (9/02) em ambos os sentidos. A decisão foi tomada em virtude da ocupação da linha férrea por manifestantes, nessa terça-feira (8/02), em Itueta (MG). Cabe destacar que as reivindicações dos manifestantes não têm relação com a operação da ferrovia. Os passageiros que não conseguirem embarcar podem remarcar o bilhete ou pedir o reembolso do valor investido na compra da passagem no prazo de até 30 dias. Mais informações podem ser solicitadas por meio do Alô Ferrovias 0800 285 7000. A Vale reitera o seu compromisso com a segurança das suas operações e das comunidades nas quais está presente.