A reeleição do presidente italiano Sergio Mattarella evitou, ao menos provisoriamente, um colapso político e poderia facilitar a aprovação de reformas-chave, mas a conspiração maquiavélica dos partidos políticos apenas começou, advertem os analistas.
Após seis dias de bloqueio, em um contexto de temor sobre uma possível queda do governo, o político de 80 anos, que já havia deixado claro que não queria assumir um segundo mandato, finalmente concordou no sábado em tentar solucionar a crise que se aproximava.
Segundo ele explicou ao país, tratava-se de uma situação excepcional: a Itália, altamente endividada e um dos países europeus mais atingidos pela pandemia em 2020, “ainda sofre uma grave emergência sanitária, econômica e social”.
Mattarella necessitava de pelo menos 505 votos de um total de 1.009 legisladores e representantes regionais na votação do fim de semana. Ele obteve um resultado folgado de 759, o que lhe garante um novo mandato.
O único adversário sério ao cargo, o primeiro-ministro Mario Draghi, se mostrou um nome necessário à frente do governo para tocar as importantes reformas pendentes, como a tributária, a judicial e a administrativa.