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sexta-feira 28 de janeiro de 2022 às 10:40h

Campanha de Doria deve explorar origem baiana e pai exilado pela ditadura

NOTÍCIAS, POLÍTICA


De olho em superar as críticas à postura considerada por opositores como “elitista”, o governador de São Paulo, João Doria, deverá segundo Weudson Ribeiro, no UOL, voltar a se apresentar como o filho de um nordestino que foi exilado pela ditadura militar como estratégia eleitoral este ano.

“A questão da imagem pessoal é o desafio. Ele é um homem de sucesso e tem uma história de luta”, disse hoje ao UOL News o ex-presidente da Câmara dos Deputados, deputado licenciado Rodrigo Maia, que será coordenador do programa de governo do candidato do PSDB à Presidência da República.

O plano, ainda em fase incipiente na campanha do governador, visa não só a atrair eleitores das classes mais pobres (C, D e E), mas também mira no Nordeste, Estado que tem sido o principal reduto eleitoral do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Doria tem atualmente 4% das intenções de voto e rejeição de cerca de 60% em pesquisas eleitorais. Na avaliação de Maia, os números mostram uma resistência pessoal —e não política— de parte da sociedade em relação ao governador.

“Doria é elogiado por causa de seu governo. A gente vai ter que mostrar que, na política, a gente não está elegendo um amigo —mas sim quem tem as melhores condições para modernizar o Estado brasileiro e reduzir desigualdades”, disse o deputado.

Para se firmar como o principal nome da chamada terceira via na disputa presidencial deste ano, Doria e Maia definiram três eixos para a campanha do tucano este ano.

  • o refortalecimento da democracia;
  • o compromisso do país com o meio ambiente; e
  • a adoção de um novo regime fiscal.
Um desses pontos tem como alvo os discursos em que o presidente Jair Bolsonaro ataca instituições como o Supremo Tribunal Federal e o sistema eleitoral brasileiro.

O outro visa às práticas de ESG (ambientais, sociais e de governança) —uma tendência crescente em empresas e governo de todo o mundo, sendo muitas vezes um critério para a realização de investimentos.

Temas historicamente pautados pela esquerda, como desigualdade de gênero e racismo, também terão papel central na agenda.

“Construiremos uma campanha, ouvindo a sociedade. Muitas vezes as ideias preparadas pelos partidos não estão relacionadas ao que a sociedade quer”, afirmou Maia.

Atuação na pandemia deve ser destaque

Para alavancar as chances de Doria na disputa presidencial, Maia aposta em construir “um debate responsável” a fim de superar a polarização no eleitorado provocada pelos dois principais candidatos, segundo as pesquisas, Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro.

“O enfrentamento de Doria a Bolsonaro e as críticas ao provocaram sequelas que precisam ser trabalhadas” disse o deputado licenciado.

Maia sinalizou que a atuação de Doria ao longo da pandemia, elogiada por aliados e mesmo críticos de seu governo, deve ocupar lugar de destaque na campanha do tucano.

“Enquanto Bolsonaro fazia políticas irresponsáveis, Doria enfrentava a pandemia em São Paulo. As pessoas veem a qualidade de Doria como gestor”, falou Maia.

O UOL apurou que “é quase certo” os marketeiros Chico Mendez e Guillermo Raffo, que já trabalharam com o ex-ministro da Economia Henrique Meirelles, integrem a equipe de comunicação da campanha de Doria este ano.

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