Lula ainda não bateu o martelo de quem será o ministro da Economia em um eventual governo seu.
O PT já sinalizou que neste ano não vai ter reedição da famosa “Carta ao povo brasileiro” de 2002, em que o então candidato prometeu ao mercado um governo sem rupturas e com a manutenção do tripé macroeconômico criado pelo seu antecessor FHC.
Na ocasião, Henrique Meirelles foi o nome escolhido pelo partido para aplacar a tensão da Faria Lima quanto ao surgimento de um governo excessivamente interventor na economia.
Dentro do PT atualmente há o entendimento de que Lula não precisa mais da benção empresarial para chegar ao poder e que seus dois governos falam por si só– o descontrole fiscal tão combatido atualmente viria só mais adiante, no governo de sua sucessora, Dilma Rousseff.
Sabe-se, contudo, que o presidente terá que se equilibrar entre a pauta do controle fiscal e a do desenvolvimentismo com forte investimento social, que é a demanda da sua principal base de apoio ideológica.
Interlocutores do PT dizem que é pela necessidade de atender a suas duas demandas que Lula ainda não tem um postulante mais claro ao cargo de ministro da Economia.
Enquanto isso, porém, Lula tem feito reuniões com economistas. Nesta sexta, o encontro na Fundação Perseu Abramo teve Aloízio Mercadante, Luiz Gonzaga Beluzzo, Guido Mantega, Nelson Barbosa, entre outros.
Segundo o PT, a reunião “fez uma análise da situação econômica atual do governo de Jair Bolsonaro, os desafios da economia em 2022 e possíveis medidas para a melhora da situação econômica do país”.