O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou na noite deste último domingo (19) que uma eventual aliança para a eleição presidencial de 2022 com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (sem partido) será decidida por seu partido e o possível futuro partido do ex-tucano, o PSB.
“Quem vai dizer se a gente pode se juntar ou não é o meu partido e o partido dele”, disse.
Segundo o Estado de S. Paulo, o petista também voltou a afirmar que ofensas passadas e diferenças entre os dois devem ser vencidas. Lula e Alckmin se encontraram publicamente na noite deste domingo, pela primeira vez desde que ambos começaram a negociar uma aliança para disputar as eleições de 2022.
Organizado pelo Prerrogativas, grupo de advogados antilavajatistas, o “Jantar pela Democracia” deve reunir cerca de 500 convidados, incluindo governadores, presidentes de partidos e mais dois presidenciáveis, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e a senadora Simone Tebet (MDB-MS).
O ex-presidente discursou após receber um prêmio. Ele falou que diferentemente de outros políticos, ele não pode “ir pra televisão mentir, fazer promessas vãs” porque tem “um legado” e precisa fazer mais do que já fez.
“Vou encontrar uma realidade de fome mais forte, inflação mais forte, descrença mais forte, ódio propagado pelo atual governo”, disse, reforçando que quer “lutar e provar que o povo brasileiro vai reconstruir esse país”.
Aliança entre Lula e Alckmin
Depois de sair na semana passada do PSDB, partido do qual foi fundador, Alckmin tem sido apontado como possível candidato a vice-presidente na chapa petista. Lula atualmente lidera as pesquisas para a Presidência e ganharia no primeiro turno se a eleição fosse agora, de acordo com Datafolha e Ipec.
O ex-tucano, por sua vez, é o nome preferido pelos paulistas para o governo estadual, segundo pesquisa Datafolha divulgada no sábado. Ele já recebeu convites para filiação ao PSD e ao Solidariedade, mas estuda entrar para o PSB, partido que recentemente acolheu o governador do Maranhão Flávio Dino e o deputado federal Marcelo Freixo.
O parlamentar fluminense é pré-candidato de seu partido ao governo do Rio. Mais cedo, neste domingo, ele se encontrou com Alckmin para um café. No estado, o apoio do PT a Freixo já está bem encaminhado — mas petistas e socialistas ensaiam uma aliança nacional.
Uma das peças do tabuleiro é o ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB), também presente no jantar. Aliado de Alckmin, ele tem dito que o acordo entre os dois partidos depende da desistência da candidatura do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) ao governo paulista.
O jantar aconteceu no restaurante Figueira Rubaiyat, no Jardim Paulista, com convites a R$ 500. A renda do evento será revertida para a campanha de distribuição de alimentos Tem Gente Com Fome, organizada pela Coalizão Negra por Direitos.