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quinta-feira 2 de dezembro de 2021 às 17:33h

Projeto Hidrosinergia lança Laboratório Colaborativo de Inovação e Soluções Sustentáveis para o Semiárido e Bacia do São Francisco

EVENTOS, NOTÍCIAS


Representantes de seis instituições ligadas ao Velho Chico discutirão políticas interconectadas para impulsionar as cadeias econômicas sustentáveis, regenerando o São Francisco e os ambientes naturais, além de gerar emprego e reduzir desigualdades.

A influência humana está aquecendo o clima do Planeta a umritmo sem precedentes nos últimos dois mil anos. De acordo com informações do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), as variações no clima têm impactado negativamente a Bacia do São Francisco e já causaram um aumento de
pelo menos 2ºC na temperatura da região, alterando o curso natural da Bacia,
afetando a cadeia produtiva e toda a biodiversidade do Semiárido brasileiro.

O Rio São Francisco tem papel importante no abastecimento de água para irrigação, consumo
humano, geração de energia, turismo e pesca, mas as projeções para os reservatórios da Bacia Hidrográfica do São
Francisco não são animadoras.

“Estamos com um desafio urgente de regenerar os ecossistemas e precisamos de muita
inovação e formas colaborativas para acelerar a reversão do cenário. Nesse
contexto, o Hidrosinergia está criando Laboratórios de Inovação e Aceleração de
Soluções Sustentáveis para o Semiárido. O tempo se esgotou, precisamos agir
aqui e agora”, alerta Sérgio Xavier, coordenador do Projeto HidroSinergia e
articulador político do Centro Brasil no Clima (CBC).

As oficinas de reinvenção para a Bacia do São Francisco terão como tema central a crise hidroenergética, a
flexibilização da regra de operação dos reservatórios no Rio São Francisco e os
impactos para a bacia e seus múltiplos usuários. A primeira oficina traz o
olhar para o Baixo São Francisco e vai discutir a flexibilização da operação
dos reservatórios e seus impactos sobre os usos múltiplos. Além deste,
acontecerão outros quatro encontros para tratar do Baixo São Francisco, do
Alto, Médio e Sub-médio São Francisco.

Estão confirmadas a participação do presidente da CBHSF, José Maciel, da especialista
em meio ambiente e recursos hídricos da SEMA/BA, da superintendente de Meio Ambiente
da SEMARH/AL, Larissa Cayres, Fabiana Couto, do gerente de projetos da
Agência na BHSF pela Agência Peixe Vivo, Thiago Campos e do professor na
UFAL e coordenador dos programas de expedições científicas e de
biomonitoramento no Baixo SF, Emerson Soares, além dos especialistas do
Centro Brasil no Clima, Guilherme Lima, Carmynie Xavier e Juliana Lima.

“Atualmente estamos involuindo quanto aos cuidados ambientais, conservação e preservação do rio. Contudo, existe uma maior conscientização ambiental das comunidades e povos ribeirinhos e maior interesse
da mídia e de algumas instituições em promover um programa de revitalização que
de fato seja realizado. Por isso, precisamos pensar metodologias de
governabilidade”, complementou Carmynie Xavier.

HIDROSINERGIA

O HIDROSINERGIA é um projeto realizado pelo Centro
Brasil no Clima em parceria com o Instituto Clima e Sociedade para mapear
limites e pensar soluções integrando três eixos fundamentais:

1. Regeneração Ambiental – sobretudo florestal para capturar os excessos de carbono que provocam
o aquecimento global; elencando metodologias para estabilização de
armazenamento hídrico; compreendendo a fruição físico-natural disponível
diante do proveito social

2. Inclusão social – políticas inovadoras para a redução acelerada das desigualdades,
tornando mais equitativo o consumo (de energia, alimentos, terras e recursos
naturais); estudos já indicam que a “desigualdade ambiental” ou “injustiça climática”
vai gerar centenas de milhões de refugiados climáticos em poucos anos. E
certamente teremos novas pandemias muito severas.

3. Gestão Democrática dos Limites – criando um novo modelo econômico que
regenere simultaneamente a resiliência social e ambiental e planeje o
crescimento rápido do PIB sustentável e inclusivo e o decrescimento urgente do
PIB degradador e excludente (de forma harmônica, sem causar colapsos, nem
desemprego).

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