A Prefeitura de São Paulo anunciou nesta quinta-feira (2) o cancelamento das festividades de Réveillon na capital paulista devido à nova variante Ômicron do coronavírus e seguirá monitorando o impacto da cepa no quadro pandêmico da cidade para decidir sobre a realização do Carnaval, disse o prefeito Ricardo Nunes (MDB).
“O momento atual é de cautela e de que a Secretaria de Saúde possa monitorar e avaliar quais serão os efeitos dessa variante na nossa cidade. Por conta disso, também, a Vigilância Sanitária recomenda que nós não tenhamos o Réveillon na cidade de São Paulo, e por conta disso eu comunico a vocês que não terá”, disse ele em entrevista coletiva em Nova York, onde acompanha o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em viagem.
“É importante enfatizar que não é por conta de uma situação de ter sido detectado algo grave, mas porque é necessário que se faça o monitoramento e o prazo ficaria muito curto para tomar essa decisão lá na frente”, acrescentou.
Sobre o Carnaval, que ganhou relevância nos últimos anos na capital paulista com os blocos de rua além do desfile das escolas de samba, Nunes afirmou que ainda há tempo para acompanhar o impacto da Ômicron sobre a pandemia de Covid-19, e que uma decisão será anunciada mais para frente.
“Com relação ao Carnaval, como será no final de fevereiro, ainda haverá tempo para a Secretaria de Saúde monitorar e nós tomaremos essa decisão mais adiante enfatizando muito claramente, baseados nas decisões da Vigilância Sanitária”, disse.
O prefeito afirmou ter a expectativa de que, assim como ocorreu com a variante Delta, a Ômicron não tenha um grande impacto na pandemia na cidade de São Paulo, mas insistiu na necessidade de adotar uma postura de precaução diante das incertezas envolvendo a nova variante.
Após o governo do Estado recuar na decisão de desobrigar o uso de máscara em locais abertos a partir de 11 de dezembro, citando as preocupações com a Ômicron, Nunes também disse que o uso da proteção facial seguirá obrigatório na capital.
A Ômicron tem gerado preocupações de cientistas e do mercado financeiro por causa da grande quantidade de mutações que tem na proteína spike, usada pelo coronavírus para infectar as células. Os receios são de que a nova cepa possa driblar a imunidade induzida pelas vacinas contra Covid-19 existentes.
Entretanto, alguns fabricantes de vacinas afirmaram que, embora seja possível que os imunizantes sejam menos eficazes contra a Ômicron, é provável que eles protejam infectados pela nova variante de quadros graves da Covid-19 que levam à hospitalização e à morte.
Especialistas sul-africanos apontaram que, até o momento, os casos da Ômicron no país têm levado a quadros amenos da doença. No entanto, cientistas alertam que são necessários mais estudos sobre a nova cepa para responder às várias perguntam que ainda a rondam.