O Brasil é um país pitoresco. Dentre tantos setores atingidos com cortes por causa da pandemia do Covid-19, uma rubrica do Governo não sofreu um centavo de contingenciamento, tampouco alteração na lei segundo a coluna Esplanada, para alívio nos cofres: o auxílio-reclusão, o famigerado “Bolsa-Presidiário”. Nos últimos seis anos, o Governo bancou estupendos R$ 3,6 bilhões para benefícios mensais pagos a familiares de detentos.
É de uma lei de 1960 e amparado numa lógica que afronta o cidadão de bem: para ser beneficiário, o criminoso precisa ser de baixa renda (teto de ganho de R$ 1.503,25 por mês), e ter contribuído com o INSS nos 24 meses antecedentes à prisão em regime fechado – os bandidos fazem planejamento cientes de que terão a verba pública para a família em caso de “cana”.
O Ministério do Trabalho teve execuções financeiras vultosas e crescentes desde 2015: De R$ 452 milhões a R$ 630 milhões, em 2019. Em 2020 houve queda não explicada, para R$ 471 milhões; e até outubro, foram pagos R$ 321 milhões.