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Ex-presidente de fundo de pensão da Petrobras é preso na Lava Jato

sexta-feira 23 de novembro de 2018 às 11:08h

Na 56ª fase da Operação Lava Jato, a Polícia Federal cumpre nesta sexta-feira (23) 22 mandados de prisão por desvios na construção da sede da Petrobras na Bahia.

O prédio, apelidado de Torre Pituba, foi construído com recursos da Petros, fundo de pensão dos funcionários da estatal, com a finalidade de ser alugado pela companhia.

Entre os presos estão o ex-presidente da Petros Wagner Pinheiro, que também foi presidente dos Correios, e Valdemir Garreta, ex-dirigente e responsável pelo marketing de campanhas eleitorais do partido dos trabalhadores.

É a primeira fase da Lava Jato autorizada pela juíza Gabriela Hardt, que substituiu Sergio Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba.

O prédio tem 22 andares, que foram alugados pela Petrobras a partir de 2015. O aluguel mensal era estimado em R$ 5,4 milhões. O contrato com a Petros tem validade de 30 anos, no valor total de R$ 1,4 bilhão, conforme mostrou reportagem da Folha de S.Paulo.

Segundo a PF, os valores (tanto do aluguel quanto da construção) foram superfaturados “para viabilizar o pagamento de vantagens indevidas para agentes públicos da Petrobras e dirigentes da Petros”.

Os desvios chegam a R$ 68 milhões, em valores corrigidos, de acordo com o Ministério Público Federal. Isso representa cerca de 10% do valor da obra -segundo o procurador Deltan Dallagnol, é o maior percentual de propinas já identificado na Lava Jato.

O prédio foi construído pelas empreiteiras OAS e Odebrecht -ambas investigadas na Lava Jato.

A operação desta sexta foi batizada de Sem fundos, numa alusão ao “saco sem fundos” de crimes investigados na Lava Jato, segundo a PF.

Os mandados estão sendo cumpridos nos estados da Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Segundo o procurador Roberson Pozzobon, os crimes ocorreram entre 2009 e 2016. São investigados corrupção, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta de fundo de pensão e organização criminosa.

OUTRO LADO

Danyelle Galvão, advogada de Garreta, diz que a defesa “não teve acesso aos autos, tampouco aos fundamentos da decisão e que já havia se colocado à disposição para prestar esclarecimentos no início deste ano”.

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