Se o aplicativo não der problemas nem sofre ataque cibernético, João Doria, governador de São Paulo, deverá ser anunciado como candidato depois das 20h deste sábado (27) segundo a coluna do Noblat, e a tempo de entrar ao vivo no Jornal Nacional, da Rede Globo de Televisão. Isso é o planejado.
Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, diz acreditar que o vencedor das prévias será ele, o que parece pouco provável. Sua campanha entrou em colapso financeiro um dia depois da falha do aplicativo anterior. Faltou-lhe um plano B.
Dinheiro nunca foi problema para a campanha de Doria, foi sempre seu maior trunfo. Problema para ele será juntar os cacos do PSDB, colar o que for possível e crescer nas pesquisas de intenção de voto onde aparece na lanterninha ou quase lá.
De Arthur Virgílio, ex-prefeito de Manaus, não se pode dizer que foi um laranja de Doria. Arthur concorreu às prévias sem pedir voto, só para fortalecer sua candidatura ao governo do Amazonas ou a uma vaga no Senado. Ele e Doria jogaram juntos no fim.
De Leite não seria injusto dizer que começou as prévias com brilho próprio e chegou ao fim sob o brilho do deputado Aécio Neves, braço do Centrão dentro do PSDB, aliado disfarçado do presidente Jair Bolsonaro. Foi Aécio que deu musculatura a Leite.
Em 2014, depois de vencido por Dilma, Aécio bateu às portas da justiça para pedir a recontagem de votos. O processo de impeachment de Dilma começou ali. Aécio, agora, tenta convencer Leite a judicializar o resultado das prévias se perdê-las.
Leite resiste à ideia. Não pegaria bem para um tucano emplumado. Deverá posar para fotos de mãos dadas com Doria, defender a unidade do partido e desejar-lhe boa sorte, embora torça para que perca. Vingança é um prato que se come frio e pelas beiradas.